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Agricultura biológica cresce 30% ao ano na Europa. Itália é destaque

Agricultura orgânica cresce na Europa e a Itália já surge como um dos principais produtores
 

A preocupação dos cidadãos europeus com segurança alimentar e qualidade ambiental teve um impacto significativo no crescimento da agricultura biológica, que se transformou num dos setores mais dinâmicos da União Européia. Ocupando 3,6% dos terrenos cultivados, regista um crescimento anual de 30%, sendo a Itália um dos países em que a produção mais tem crescido.

O país já conta com mais de um milhão de hectares destinados ao cultivo orgânico, com 44.733 produtores. Segundo dados do Sistema di Informazione Nazionale sull'Agricoltura Biologica, 70% dessa área é destinada ao plantio de forrajeiras, pasto e cereais. O restante envolve principalmente o cultivo de oliveiras, videiras, cítricos e frutas. Por conta do desenvolvimento do setor, o turismo nas fazendas agroecológicas tem crescido de forma relevante nos últimos anos.

A Comissão da Agricultura do PE adotou um relatório destinado a melhorar a informação relativa aos produtos biológicos e a proteção dos consumidores.

Tendo em conta a proposta da Comissão Européia para uma nova regulamentação da agricultura biológica, o Parlamento Europeu apresentou um relatório desenvolvido por Marie-Hélène Aubert (Grupo dos Verdes/Aliança Livre Européia), da Comissão da Agricultura e Desenvolvimento Rural, com propostas para a resolução do problema. "O consumo continua a crescer, assim como os produtos importados, o que coloca novos problemas de inspeção, certificação e rotulagem", afirma a eurodeputada francesa.
 
Para o Parlamento Europeu, a questão central prende-se com a rotulagem dos produtos biológicos, destinada a garantir a sua qualidade. O Parlamento adianta ainda que os produtos orgânicos devem estar completamente livres de OGM (Organismos Geneticamente Modificados). No entanto, a atual legislação permite que os produtos tenham até 0.9% de OGM`s. Alguns países insurgem-se e pretendem que a atual margem seja reduzida para 0.2%.
 
Aubert deixa o alerta e aponta medidas a tomar: "Os Estados-Membros devem assegurar medidas concretas para evitar contaminações acidentais. Precisamos de garantir a qualidade dos produtos que os consumidores compram. É necessário assegurar regras de rotulagem para que os consumidores tenham conhecimento da origem do produto e se este respeita os padrões de qualidade." Padrões esses que passam por apertadas regras de controlo, inspeção e certificação dos produtos orgânicos importados, assim como normas relativas à saúde e ao bem-estar dos animais. O relatório de Albert será votado pelo plenário ainda neste mês de março

Um mercado com potencial de crescimento

A agricultura biológica é hoje um conceito familiar para muitos dos países comunitários e o potencial de crescimento nos novos países da recém ampliada União Européia é significativo, com exceção da Hungria e da República Checa.

Em Junho de 2004, a Comissão Européia apresentou um "Plano de Ação europeu para os alimentos e a agricultura biológicos", que identifica 21 áreas de atuação, destinadas a facilitar o desenvolvimento do setor, e reconhece que a agricultura biológica desempenha um papel importante face aos objetivos da nova Política Agrícola Comum (PAC). A Comissão sugere uma revisão da legislação européia que permita definir os princípios e os objectivos da agricultura biológica, salvaguardando a integridade do sistema de inspecções e tornando a importação mais eficiente.
 
Os produtos biológicos não contêm pesticidas e a sua produção envolve práticas que garantem o respeito pelo ambiente e pela biodiversidade, baseadas na reciclagem, na rotação de culturas. A agricultura biológica não utiliza organismos geneticamente modificados (OGM), hormonas ou antibióticos na alimentação dos animais.

(© Oriundi)

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