Tão enigmática e misteriosa quanto as motivações do seu sutil sorriso, é
a sua história. Por isso, e naturalmente por ser uma obra de Leonardo da
Vinci, o quadro da Gioconda, mundialmente conhecido como Monalisa,
mantém há muito tempo o título da obra mais famosa do mundo. Por isso,
há pessoas especializadas apenas em tentar desvendar seus mistérios e,
qualquer informação nova que surge a seu respeito, causa excitação.
Assim, ao proclamar novas descobertas, o professor Giuseppe Pallanti,
autor de livros sobre o quadro do gênio italiano, reavivou a polêmica.
Segundo o estudioso, além de ter sido vizinha de Leonardo, e de
freqüentar a sua casa em Florença, a mulher teria passado os derradeiros
anos de sua existência no convento de Santa Úrsula, na cidade, já que
se decidira pela vida religiosa.
Na verdade, o pesquisador foi mais longe no anúncio que fez na semana
passada, e que mereceu destaque em jornais da Itália. A Gioconda, cujo
verdadeiro nome seria Lisa Gherardini, teria sido enterrada na igreja de
Santa Úrsula, o que o levou a pedir a exumação do corpo para comprovar a
sua tese através de exames de DNA, que possibilitariam reconstituir as
suas feições.
Pallanti, após um detalhado estudo nos arquivos da igreja de Florença
e do arquivo municipal, está afirmando ter descoberto inclusive o
atestado de óbito da musa de Leonardo, que teria morrido em 15 de julho
de 1542, aos 63 anos. Ela teria nascido em 1479, sendo a segunda esposa
de um comerciante de sedas, Francesco Del Giocondo (daí o nome
Giocanda). Dessa união, teriam nascido cinco filhos.
As controvérsias em torno da inspiradora de Leonardo são muitas.
Muitos discordam de Pallanti. Para Alessandro Vezzosi, o diretor do
Museu Ideal Leonardo da Vinci, por exemplo, Monalisa era amante de
Giuliano Médici, que teria pedido a Leonardo que eternizasse a beleza da
mulher que o encantava. Outros chegaram a afirmar que a Monalisa seria
um auto-retrato do gênio.
Seja como for, o que se sabe é que Leonardo levou três anos para
concluir a obra, iniciada em 1503. Exposta no Museu do Louvre, em Paris,
Monalisa continua atraindo as atenções de milhares de pessoas todos os
anos. Ir ao Louvre, aliás, implica em necessariamente visitar a obra (ou
a réplica dela), que está em exposição, sendo alvo permanente de cliques
fotográficos.