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Câncer de próstata é o tumor que
mais atinge os homens italianos |
Entre os tumores
malignos que atingem os homens italianos, o câncer de próstata lidera as
ocorrências, sendo que nos últimos 30 anos a sua incidência tem
aumentado. A informação consta de um estudo do Istituto dei Tumori de
Milão. Em 2005, constatou-se a
ocorrência de 43 mil novos casos, conforme o trabalho que objetivou
estimar a incidência, a prevalência e mortalidade desse tumor no período
1970-2005. Verificou-se que, após a introdução de novos procedimentos
para o diagnóstico, a partir dos anos 90, cresceram os diagnósticos.
Entre esse período, os registros aumentaram de 21 para 99 em 100 mil.
Enquanto na região Norte e Centro os
diagnósticos, em 2005, chegaram a 100 para 100 mil, na região Sul o
índice ficou em 60 por 100 mil. Em termos de mortalidade, no entanto, há
quase uma homogeneidade entre as regiões, embora aconteçam em menor
número no Norte e no Centro, especialmente devido a uma maior utilização
do exame PSA, que antecipa o diagnóstico em muitos pacientes, melhorando
a taxa de sobrevivência.
(©
Oriundi)
Pesquisadores italianos e brasileiros combatem
intolerância ao glúten
Com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença celíaca
(intolerância ao glúten) e analisar a incidência de celíacos na
população do Nordeste brasileiro, o professor e pesquisador italiano
Sergio Crovella, juntamente com pesquisadores brasileiros do Laboratório
de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), vem realizando estudos sobre a
enfermidade desde 2000. E, a partir de 2005, passou a utilizar um novo
instrumento de diagnóstico, um kit simples e barato. Com esse novo
método, foram realizados testes gratuitos com voluntários de comunidades
brasileiras em julho do ano passado e os primeiros resultados concretos
começam a ser obtidos.
Em Julho, 600 testes, aproximadamente, foram feitos no Lika, sendo 200
de pessoas oriundas da cidade de Goiana e 400 do Recife e Olinda.
Segundo Paulo Roberto de Souza, pesquisador do setor de Virologia do
laboratório, esses testes foram altamente positivos para a população,
principalmente para aquelas pessoas que normalmente não têm acesso a
diagnósticos da doença celíaca, já que os testes disponíveis no mercado
possuem um custo elevado. “O método é simples, pois o único material do
paciente com que se trabalha é uma gota de sangue. Não se precisa,
assim, de uma estrutura complexa como um laboratório, podendo ser
utilizado em postos de saúde das áreas mais pobres ou rurais”, explica
Crovella. O anticorpo utilizado para o diagnóstico foi desenvolvido nos
laboratórios de Medicina da Universidade de Triestre, onde Sergio
Crovella faz pesquisas. O método já é aceito e validado na Europa.
No universo da pesquisa, em quatro pessoas foi detectada a intolerância
ao glúten. As amostras foram levadas para a Itália pelo professor
Crovella e analisadas utilizando-se o sistema HLA (Antígeno Leucocitário
Humano), de forma que se pudesse verificar, nessas quatro pessoas
diagnosticadas como celíacas, quais realmente apresentavam a doença. “Em
qualquer procedimento científico, são necessárias reavaliações com
diferentes métodos”, admite. No caso do teste rápido, há uma
sensibilidade de 90% e esses 10% restantes dão margem a surgir “falsos
positivos”.
Seguindo os resultados obtidos na Itália, dos quatro indivíduos, apenas
um realmente apresentava a enfermidade. Esse mesmo tipo de alteração
aconteceu em testes realizados em Angola. Segundo Crovella, uma possível
causa para essas mudanças de diagnóstico é o fato de que, em regiões
mais pobres, é comum a população desenvolver mais anticorpos, o que pode
afetar o método da cromatografia. O italiano, no entanto, garante que
não é possível um positivo, pelo teste rápido, ser tido como negativo, o
que mantém a utilização deste tipo de método valiosa e eficaz.
Esses pesquisadores também estudam a existência de uma possível
predisposição genética naqueles que desenvolvem a enfermidade. A
presença do heterodímero HLADQ2/DQ8, ou seja, de uma junção de duas
partes específicas do DNA do indivíduo, é considerada a principal
determinante dessa predisposição, de forma que o Lika, juntamente com
Crovella, está trabalhando no estudo da determinação desta
característica genética.
De acordo com o professor, todo celíaco possui essa predisposição
genética, mas nem sempre isso significa que haverá desenvolvimento da
doença. É o que comprovam os resultados das pesquisas: quatro pessoas,
dentre as examinadas, apresentavam o HLADQ2/DQ8, mas o teste foi
negativo.
No Brasil, seguindo os estudos de Crovella, um em cada 100 indivíduos
apresenta a doença. Em países como a Itália, observa-se a mesma
proporção. “A doença celíaca tem uma prevalência no mundo inteiro. Não é
uma patologia específica. Precisa-se, no entanto, de análises
estatísticas mais completas, envolvendo de 3000 a 4000 pessoas, para se
estabelecer uma proporção definitiva”, afirma o professor.
Outro direcionamento que os pesquisadores estão explorando é a ligação
entre a doença celíaca e a diabetes. Observa-se que, de cada 10
diabéticos, um é celíaco. Para dar mais embasamento a esse tema,
Crovella trouxe da Itália novos kits de diagnóstico em sua última visita
ao Brasil, no mês de novembro, quando veio coordenar e palestrar no
Curso de Genética Molecular e Médica, realizado no Lika. Os testes já
foram feitos, mas as pesquisas só terão os primeiros resultados nas
próximas semanas.
DOENÇA – Popularmente chamada de “alergia à farinha”, a doença celíaca
ataca o intestino delgado. O glúten, presente principalmente em cereais,
provoca um processo alérgico no organismo quando entra em contato com as
microvilosidades do intestino delgado, acarretando um achatamento delas
e dificultando a absorção dos nutrientes.
O indivíduo adulto que desenvolve a doença celíaca pode apresentar
distensão abdominal, perda de peso, diarréia, anemia, fraqueza, entre
outros sintomas. Quando ela se desenvolve já na infância, os sintomas
mais freqüentes são vômito, diarréia e dor abdominal. No entanto,
acontece de o doente, em alguns casos, passar a vida inteira sem saber
que tem a predisposição para a enfermidade.
Sem a suspensão do glúten da dieta – única forma de tratamento –, a
criança pode apresentar desnutrição e retardo no desenvolvimento.
Segundo pesquisas, crianças que estão sendo observadas e estão seguindo
corretamente a dieta desenvolvem-se normalmente. Após três meses sem o
glúten, o intestino do paciente volta a funcionar adequadamente.
(©
Oriundi) |
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