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Sophia Loren e seus filhos se
despedem de Carlo Ponti |
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AP
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Sophia Loren com os filhos Edoardo (esq.) e
Carlo |
Enterro do produtor foi realizado nesta
sexta-feira em sua cidade natal, Magenta
ROMA - O enterro
do produtor Carlo Ponti foi realizado nesta sexta-feira em sua cidade
natal, Magenta, na província de Milão, em uma cerimônia fechada para a
família do cineasta, que era casado com a atriz italiana Sophia Loren e
tinha dois filhos, Carlo e Eduardo.
Por desejo da família, o funeral não
contou com a participação de personalidades do mundo da cultura e dos
espetáculos, com exceção da atriz italiana Sabrina Ferilli e do
estilista italiano Giorgio Armani.
Da cerimônia realizado na basílica de
San Martino participaram cerca de 100 pessoas, entre elas as duas irmãs
e os familiares mais próximos do produtor, além de María Scicolone, a
irmã de Sophia.
A atriz, que chegou acompanhada de
seus filhos, apareceu visivelmente comovida, e, antes de entrar no carro
para ir embora, repetiu várias vezes "Obrigada" a todas as pessoas que a
aplaudiram na saída da igreja.
Ponti, que morreu na quarta-feira, em
Genebra, aos 94 anos, era conhecido por seu trabalho como produtor
cinematográfico e pela descoberta e lançamento à fama daquela que depois
se tornou sua mulher, Sophia.
O produtor italiano tinha manifestado
seu desejo de ser enterrado no túmulo que a família possui em Magenta.
O prefeito da cidade, Lucca del Gobbo,
que participou do funeral, expressou sua intenção de lembrar o produtor
italiano dando seu nome a alguma iniciativa ou ato cultural da
localidade.
(©
Agência Estado)
Cinema italiano perde o lendário produtor
italiano Carlo Ponti
Produziu clássicos importantes como A Estrada da Vida, de
Federico Fellini, mas talvez tenha ficado mais conhecido
mundialmente como marido da Sophia Loren
Luiz Zanin
Oricchio
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EFE
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Carlo Ponti recebe o
carinho de Sophia Loren, em 1966
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SÃO PAULO -
Carlo Ponti pode ter ficado mais conhecido mundialmente em razão do
seu longo e polêmico casamento com Sophia Loren, mas, com sua morte,
é toda uma página do cinema italiano que se fecha. Morto na
terça-feira, aos 94 anos, em Genebra, de complicações pulmonares,
Ponti pertenceu à estirpe dos grandes produtores, aqueles que se
dedicaram com ânimo e sentido de aventura ao cinema. E, se fizeram
da tal da sétima arte um excelente negócio pessoal, deixaram também
escrita em sua biografia uma série de belos filmes, e mesmo de
obras-primas.
Ponti tem em seu currículo, agora
fechado, filmes como A Estrada da Vida, de Federico Fellini e
Blow Up - Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni,
além do extraordinário sucesso de Doutor Jivago, de David
Lean, que colocou na tela uma versão adocicada do grande romance de
Boris Pasternak. Mas essas são apenas algumas das obras mais
conhecidas entre as cerca de 150 que Ponti produziu ao longo de sua
vida.
Nascido em Magenta, na Lombardia,
em 1912, Ponti começou a produzir filmes de origem literária como
Piccolo Mondo Antico, de 1941, hoje considerado um clássico,
dirigido por Mario Soldati. No comando da Lux, a maior empresa
produtora dos anos 40, produziu títulos como Juventude Perdida,
de Pietro Germi, e O Moinho do Pó, de Alberto Lattuada. Nos
anos 50, juntou-se a outro mito da produção italiana, Dino de
Laurentiis, e, juntos, tornaram possíveis filmes como Europa 51,
de Roberto Rossellini, e O Ouro de Nápoles, de Vittorio De
Sica.
Quer dizer, Ponti debuta no cinema
numa Itália ainda dominada pelo fascismo e nela realiza seus
primeiros filmes. Evolui depois para a colaboração com o
neo-realismo, que surge no após-guerra, e é um movimento (se o termo
cabe) explicitamente orientado à esquerda e de temática
antifascista. Seu negócio era produzir bons filmes, questões
ideológicas à parte.
Efeito Sophia Loren
Esse início de anos 50 é
importante também do ponto de vista pessoal, pois é quando Carlo
Ponti conhece uma beldade de 25 anos num concurso de beleza e se
apaixona por ela. Compreensível: basta olhar uma foto de Sophia
Loren quando jovem para se ter idéia do efeito que produzia sobre os
homens. O produtor começa a pavimentar a carreira da jovem no cinema
e ao mesmo tempo inicia um caso com ela. Acontece que Carlo Ponti
era casado e não havia divórcio na Itália. Ponti só terminaria a
longa luta jurídica para separar-se de sua primeira mulher, Giuliana
Fiastri, tendo obtido cidadania francesa e conseguido o divórcio na
França, podendo então casar-se com Sophia.
Uma longa relação, com dois
filhos, Carlo Jr., nascido em 1968, e Edoardo, em 1973. Em sua
edição de 1998, o Festival de Veneza resolveu conceder um Leão de
Ouro pela carreira a Sophia Loren e a atriz não pôde buscá-lo, pois
estava doente. Ponti, então com 87 anos, foi recebê-lo no lugar da
mulher e estava tão emocionado que quase não conseguia falar. Estava
acompanhado pelos dois filhos, e a família pôde, em seguida,
assistir a um dos mais belos filmes de Sophia, também produzido por
Ponti, Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola, em que a atriz
contracena com Marcello Mastroianni numa história ambientada na
época do fascismo.
Nos anos 1960 e 1970, Ponti inicia
uma colaboração mais próxima com Michelangelo Antonioni, do qual
produz, além do já citado Blow Up, títulos importantes como
Zabriskie Point e Passageiro: Profissão Repórter.
Carlo Ponti foi também um produtor
premiado e reconhecido nos Estados Unidos, em especial depois que
A Estrada da Vida, de Fellini, venceu o Oscar de melhor filme
estrangeiro em 1957. Mas a consagração veio mesmo com Doutor
Jivago, que comoveu o mundo com a história do médico
interpretado por Omar Shariff e seu amor difícil com Julie Christie
no tempo da Revolução Russa de 1917. Recebeu nada menos que dez
indicações para o Oscar de 1966 e venceu cinco.
Há dois anos, o mais conhecido
crítico italiano, Tullio Kezich, dedicou um livro a Dino de
Laurentiis. Está na hora de Ponti ganhar estudo semelhante. Afinal,
um grande produtor também deixa uma obra e marca seu nome na
história do cinema.
(©
Agência Estado,
10/01/2007)
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