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Vice-presidente da Comissão Europeia para
Justiça, Liberdade e Segurança, Jacques Barrot, alerta para os
riscos de uma visão negativa dos fluxos migratórios |
A partir da consideração de que, com a chegada do verão, podem se
reproduzir as tragédias envolvendo imigrantes que tentam alcançar a
Europa em embarcações,o vice-presidente da Comissão Europeia para a
Justiça, Liberdade e Segurança, Jacques Barrot, em artigo publicado na
semana passada, no Le Monde, alerta que a questão envolve três riscos
que precisam ser evitados a todo o custo.
O primeiro deles, conforme explicita Barrot, é o de uma visão
negativa dos fluxos migratórios, acentuada por um contexto de crise
econômica. Na sua opinião, a Europa precisa da imigração para evitar o
“crash demográfico”, que a ameaça a economia do bloco e os sistemas de
proteção social.
O segundo risco, observa, é o de uma confusão entre imigração e
asilo, acentuado pela característica heterogênea dos fluxos de
imigrantes que chegam à Europa. Barrot destaca que emigrante econômico
não é um refugiado que fugiu de seu país, ameaçado por perseguição
provocada pela guerra ou terror contra as minorias.
Já o terceiro risco, na visão de Barrot, é o de acreditar que a
gestão dos fluxos migratórios e de asilo podem ser resolvidos
basicamente em nível nacional, sem uma estreita coordenação européia.
Esta fragmentação das políticas de migração é um absurdo perpetrado
no espaço sem fronteiras de Schengen, em uma alusão à convenção firmada
entre os países europeus sobre a livre circulação de pessoas no espaço
geográfico da Europa.
No seu artigo, Barrot acentua também que a imigração irregular
compromete a integração dos imigrantes regulares. Além da tragédia
humana que a acompanha, pois desde 2002 ao menos 4 mil pessoas perderam
a vida tentando atravessar o Mediterrâneo em barcos.
Nesse sentido, Barrot destaca no artigo publicado no Le Monde que é
preciso urgentemente estabelecer um diálogo com os países da África
Oriental e do Norte da África, de onde parte a maioria dos imigrantes.
Ainda conforme a autoridade da UE, uma política migratória responsável
também é uma gestão articulada da imigração regular entre o bloco e os
países terceiros (que não integram a União Europeia). O pressuposto de
Barrot é que o sistema permita à Europa se beneficiar, durante um
período, das competências e da força de trabalho dos imigrantes
regulares, que retornarão aos seus países enriquecidos com a experiência
vivida.
Em setembro, conforme anuncia no artigo, Barrot pretende apresentar
novas propostas de leis relacionadas aos trabalhadores sazonais. Ele
considera importante convencer os parceiros da Europa sobre o
compartilhamento da oportunidade que representa a migração regular.
Leia a íntegra do artigo no
Le Monde
(©
Oriundi)
Seminário sobre imigração italiana em MG:
inscrições abertas para apresentação de trabalhos
Pesquisadores têm até 30/08 para inscrever trabalhos no V Seminário
sobre Imigração Italiana em Minas Gerais, que será realizado em BH, de
26 de outubro a 1º de novembro
A comissão organizadora do V Seminário sobre Imigração Italiana em
Minas Gerais abre chamada para trabalhos, acadêmicos ou não, a serem
apresentados em Sessões de Pôster, nos dias 27, 28, 29 e 30 de outubro
de 2009, no âmbito do evento, que será realizado em Belo Horizonte, de
26 de outubro a 1º de novembro. Os resumos podem ser enviados até 30 de
agosto.
A Sessão de Pôster tem como objetivo divulgar de forma sintética e
objetiva as pesquisas concluídas (ou ainda em andamento) sobre a
temática do V Seminário, ou seja, a contribuição da imigração italiana
para a formação histórica e a memória de Belo Horizonte e de Minas
Gerais. Incentiva-se a submissão de pesquisas que enfoquem a
contribuição da imigração italiana para a Arquitetura e Urbanismo, bem
como para o desenvolvimento das Artes Plásticas, Música, Teatro, Cinema,
Educação e Esporte, e a formação da Indústria e Comércio. Alem disso,
será dado destaque às pesquisas que investiguem a contribuição histórica
e social da imigração italiana aos movimentos operários e consolidação
do associativismo em Belo Horizonte e em todo o estado.
Os trabalhos não precisam ter caráter exclusivamente acadêmico e
atenção especial será dada aos trabalhos documentais sobre as memórias
familiares dos italianos e seus descendentes em Minas Gerais.
Os trabalhos selecionados devem seguir o formato de pôster com
dimensões de 1,20 x 0,70 e ficarão expostos durante todo o evento no
saguão da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG.
Os dias 27, 28, 29 e 30 entre 18h00 e 18h30, estão reservados para
que os autores possam responder questões feitas pelos visitantes e
interessados.
Finalmente, todos os trabalhos selecionados e apresentados deverão
compor parte importante do acervo do Arquivo sobre Imigração Italiana em
fase de produção e organização.
Regras para submissão de resumos: formato simples, Times New Roman
12, máximo de 300 palavras. Especificar o nome do(a) autor(a), breve CV
ou apresentação pessoal e 3 palavras-chaves.
Período para submissão de resumos: 20 de julho a 30 de agosto.
Endereço eletrônico para inscrição dos resumos:
seminario@ponteentreculturas.com.br
(©
Oriundi)
Atlas revela um século da
imigração em São Paulo
Atlas da Imigração Internacional em São Paulo: 1850-1950 reúne fotos,
como esta, do Núcleo Colonial de Nova Odessa, na região de Campinas
Fotos: Centro de Memória Unicamp
Em contraste com os mais de 40 milhões
de habitantes de hoje, o estado de São Paulo tinha, em 1854, pouco mais
de 418,5 mil. Os estrangeiros (aproximadamente 6,7 mil) correspondiam a
1,6% dessa população. O quadro, porém, sofreria brusca alteração nas
décadas seguintes com o intenso fluxo imigratório para o Brasil.
Em 1900, os estrangeiros já somavam mais de 478 mil, representando
21% da população paulista. Das duas últimas décadas do século 19 até o
início dos anos 1970, cerca de 5 milhões de pessoas entraram no País.
Desse total, mais da metade, 2,8 milhões para o Estado de São Paulo.
Esses e outros dados estão registrados no Atlas da Imigração
Internacional em São Paulo: 1850-1950. A obra compõe, em conjunto com o
Roteiro de Fontes sobre a Imigração em São Paulo: 1850-1950 e o
Repertório de Legislação Brasileira e Paulista Referente à Imigração,
acervo em torno de mesma temática: a presença estrangeira em terras
paulistas.
Os livros fazem parte do Programa Brasil Latino: migração, humanismo
latino e territorialidade na sociedade paulista - 1850-1950, financiado
pela Fondazione Cassamarca. Foram publicados pela Editora da Unesp e
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A trilogia reúne informações fundamentais para o estudo da imigração
em São Paulo, destaca um de seus autores, Carlos de Almeida Prado
Bacellar, que é professor do Departamento de História da USP e
coordenador do Arquivo Público do Estado. A coordenação dos trabalhos
foi da professora Maria Silvia Bassanezi, pesquisadora do Núcleo de
Estudos de População (Nepo) da Unicamp. Assinam as publicações ainda os
professores Ana Silvia Volpi Scott (da Universidade do Vale do Rio dos
Sinos - Unisinos) e Oswaldo Serra Truzzi (da Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar). (Imprensa oficial)
(©
Oriundi) |