A imigração italiana mudou o mundo, mas também mudou a Itália. Essa é
uma das elaborações a que chega o livro Emigrant Nation - The
Making of Italy Abroad, publicado pela editora da Universidade
Harvard, uma das instituições universitárias mais prestigiadas dos EUA e
do mundo. De autoria de Mark Choate, professor de História da Brigham
Young University, trata-se de um trabalho de fôlego em que é analisada a
relação entre os imigrantes italianos, suas novas comunidades e o seu
país de origem.
Um dos aspectos analisados diz respeito à preservação da identidade
italiana por parte dos imigrantes, seja por meio de esculas, de grupos,
de câmaras de comércio e de entidades como a Sociedade Dante Alighieri.
Mesmo sendo um pioneiro na perspectiva da criação de uma nação global, o
imigrante italiano mantinha sua fidelidade ao país. E não apenas sob o
ponto de vista afetivo-cultural. Remessas dos imigrantes ajudaram a
manter o saldo da balança comercial do país e contribuíram para o
primeiro boom industrial, nos primeiros anos do século passado.
Um total de 300 mil reservistas imigrantes regressou para lutar pelo
país na Grande Guerra, em uma ostensiva exibição de patriotismo. Choate
analisa essa situação também no contexto político e como o Estado passou
gradativamente a encarar a imigração, especialmente sob o clima de
nacionalismo.
No fundo, a expectativa era conseguir recursos suficientes para
retornar, comprar um pedaço de terra, refazer a vida na terra de origem.
Mas ao fim e ao cabo, para a imensa maioria, essa esperança permaneceu
como não cumprida.
Em 340 páginas, Choate disseca o fenômeno com a competência
suficiente que lhe autorizou ser publicado pela editora de Harward.
Resta esperar a sua tradição no Brasil. Ou, então, adquiri-lo no
site da
instituição.
Veja um
trecho do livro
O
reconhecimento do Talian - língua falada por significativa parcela de
imigrantes italianos que vieram para o Brasil, e seus descendentes
- como Patrimônio Cultural Imaterial está prestes a acontecer. A
Federação das Associações Ítalo-brasileiras do Rio Grande do Sul (Fibra)
informa que foi dado início ao inventário para a inclusão do mesmo no
Livro de Registro das Línguas Brasileiras, coordenado pelo Ministério da
Cultura.
Um acordo foi firmado e a Universidade de Caxias do Sul foi escolhida
para coordenar os trabalhos, que inclui a Associação dos Difusores do
Talian, a Fibra e o Instituto Veneto.
Cópias de livros, jornais, documentários, registros de eventos
culturais, música, teatro, dança, escola, cursos, assim como programas
de rádio e televisão, monografias, leis municipais e estaduais, que
digam respeito ao uso do Talian, devem ser encaminhados pelo e-mail
fibrars@yahoo.com.br , ou pelo correio Rua Otávio Rocha, 340 – CEP
99250-000 – Serafina Corrêa – RS. Informações, com Paulo Massolini, tel.
(54) 99747668.
Em 2005, o deputado federal gaúcho Francisco Turra, a partir de um
encaminhamento da Federação dos Vênetos do Rio Grande do Sul (FEVENETO),
atendendo solicitação da Associação dos Difusores do Talian (ASSODITA),
mobilizou-se no sentido de ver reconhecido o Talian, como Patrimônio
Cultural Imaterial Brasileiro. No entanto, na época, a impossibilidade
legal do tombamento de línguas, em vista da ausência de um livro de
registros específico para casos como este, inviabilizou a continuidade
do processo.
Em 2006, na Comissão de Educação, Cultura e Desportos da Câmara, foi
realizado o I Seminário sobre a Criação do Livro de Línguas. Naquela
oportunidade, a Fevêneto foi representados por Darcy Loss Luzzatto e
Cleudes Piazza Ribeiro, da UCS, que defenderam a proposta do tombamento
do Talian, que se encontrava sob risco de extinção. A partir de então,
foi criado um grupo de trabalho intedisciplinar e inteministerial,
formado para estudar medidas de reconhecimento e valorização da
diversidade lingüística do Brasil, na qual foi incluída a antiga língua
falada pelos imigrantes italianos.