Retornar ao índice ItaliaOggi

Migrazioni ItaliaOggi

 

Moinho dos imigrantes será inaugurado em Ilópolis-RS no dia 22

04/06/2008

Fotos: Nelson Kon

O Moinho Colognese, no município gaúcho de Ilópolis, abriga o Museu do Pão e uma escola de gastronomia

Está chegando a hora da materialização de um sonho: a inauguração do Moinho Colognese, com o seu Museu do Pão e uma escola de gastronomia, marco inicial do Caminho dos Moinhos, no município de Ilópolis, a 176 quilômetros de Porto Alegre, na região do Alto Vale do Taquari, ocorrerá no próximo dia 22. Um dos mais representativos projetos de resgate da história e da cultura da imigração italiana no Rio Grande do Sul,  o projeto visa promover o desenvolvimento sustentável da região, por meio da recuperação patrimonial e da valorização das tradições dos imigrantes, que ali se estabeleceram a partir de 1905.

O conjunto arqutetônico e museológico, em uma área de 550 metros quadrados, é um diálogo entre tradição e modernidade, unindo as raízes de um passado sofrido, marcado pelo trabalho duro, mas também pela poesia, a um futuro com muitas expectativas. Envolve o  Moinho colonial que, restaurado, volta a funcionar e a produzir farinha nos moldes de antigamente; o Museu do Pão, que conta o percurso milenar desse alimento, cujo simbolismo universal sempre se expressou de maneira contundente no cotidiano dos italianos; e a Oficina de Panificação, que se insere no resgate da culinária tradicional dos imigrantes e na formação e capacitação de jovens para o exercício da profissão.

O projeto, que contou com a colaboração do Instituto Ítalo Latino-Americano,do Ministério das Relações Exteriores da Itália, do Ministério da Cultura, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), da Prefeitura Municipal de Ilópolis, da empresa Brasil Arquitetura, da Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari, tem o patrocínio da indústria de produtos alimentícios Nestlé do Brasil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo do Estado. O investimento foi superior a R$ 1 milhão. 

Erguido em 1917, com tábuas de araucária, o moinho, que deu origem ao projeto,  foi uma herança deixada pelos imigrantes italianos no Vale do Taquari. Para evitar a demolição do prédio, a prefeitura sugeriu à comunidade a formação da Associação dos Amigos dos Moinhos que, com patrocínio da Nestlé, comprou o imóvel em julho de 2004.


 
Vista externa do museu à noite: diálogo arquitetônico entre o moderno e o antigo

O grupo e a prefeitura buscaram apoio do Ministério da Cultura, que conseguiu uma parceria com o Instituto Ítalo-Latino-americano. Agora, o moinho  ficará em operação para mostrar aos visitantes o processo de moagem de grãos. Em seu interior, funcionará uma Bodega. 

O Museu do Pão vai mostrar o início do cultivo do trigo na história da humanidade até a imigração italiana na região. As explicações serão repassadas em vídeos e também em painéis que estarão relacionados a peças antigas, como ferramentas da agricultura e da culinária, que foram sendo coletadas junto à comunidade do município de 4,5 mil habitantes e de cidades vizinhas.

A escola de panificação oferecerá cursos profissionalizantes para padeiros, a partir de convênios  firmados  com a Universidade de Caxias do Sul, campus de Flores da Cunha, e com a Univates, de Lajeado, que têm experiência em cursos de gastronomia.

Segundo o coordenador-geral do projeto, Manuel Touguinha, a escola pretende formar profissionais capazes de manter uma tradição ameaçada pela praticidade da vida moderna, que trouxe os pães feitos em série e com massa pré-misturada.


 
Erguido em 1917, com tábuas de araucária, o moinho, que deu origem ao projeto, foi uma herança deixada pelos imigrantes italianos no Vale do Taquari

- Estamos perdendo a arte milenar de preparo do pão, o alimento mais nobre e com maior simbolismo universal. No Estado, são raros os padeiros que fazem um pão com arte - acentua Touguinha. Ele também destaca os entendimentos que já estão sendo mantidos no sentido de levar para a escola a arte da culinária mediterrânea. 

O diferencial arquitetônico do complexo fica por conta da harmonia do velho com o novo, atesta o arquiteto responsável pelo projeto, Marcelo Ferraz. Enquanto o moinho é um prédio antigo, o museu e a escola são construções contemporâneas, que vão privilegiar o uso de vidros, mas têm paredes e teto de concreto que imitam a madeira.

Nesta obra a arquitetura tem um diálogo com intervalo de quase cem anos - observa Ferraz.

Tal característica inclusive  rendeu ao projeto um convite para ilustrar o Atlas de Arquitetura Contemporânea, que será lançado em maio, na Inglaterra.


 
Interior da escola que resgatará a gastronomia dos imigrantes italianos

O projeto mais amplo do Caminho dos Moinhos envolve a recuperação e a inclusão de outros cinco moinhos. Em um deles, o moinho Castaman, no município de Arvorezinha, estudantes já realizam um levantamento visando a restauração. Outro moinho, o Fachinetto, em Arvorezinha, já foi recuperado por iniciativa dos proprietários. 

Sem disfarçar a emoção, o coordenador-geral do Projeto, Manuel Touguinha, assinala ainda que a história da imigração italiana e a história do pão serão disponibilizadas em dvd, que poderão ser adquiridos pelos visitantes.

(© Oriundi)


O pão e o vinho, imagens da terra da imigração italiana


 

 
A mostra, que integra os eventos da Festa da Uva, apresenta 48 fotografias feitas por Aldo Toniazzo, mostrando o pão feito de forma artesanal. Foto: Aldo Toniazzo/Divulgação

Produzida pelo Projeto Elementos Culturais das Antigas Colônias Italianas do Nordeste do Rio Grande do Sul – Ecirs, unidade do Instituto Memória Histórica e Cultural da Universidade de Caxias do Sul, a mostra fotográfica “O trigo, o milho, a farinha, o pão”, foi inaugurada nesta quinta-feira (14). Integrando a programação da Festa da Uva, a mostra apresenta um conjunto de 48 fotografias feitas por Aldo Toniazzo, mostrando o pão feito de forma artesanal, além de aspectos significativos das lavouras de trigo e de milho, para a produção da farinha, e dos cenários onde ocorrem tais processos.  
 
A mostra fica aberta até nove de março,  de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 22 horas e, nos sábados, domingos e feriados das 15 horas às 22 horas, na Sala de Exposições do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (Rua Luiz Antunes, 312, bairro Panazzolo).

Já nos pavilhões da Festa da Uva, a partir de 21 de fevereiro, o estande da UCS terá como atração a Mostra Fotográfica “Uvas e Vinhos”, também produzida pelo ECIRS, com fotografias feitas nas décadas de 80 e 90, por Aldo Toniazzo e Ary Trentin (in memoriam).

São 20 imagens de parreirais, de colheita da uva e do vinho produzido, simbolizando nesse conjunto fotográfico o processo de trabalho e dedicação que transformou nossa região num pólo de desenvolvimento e de crescimento respeitado e reconhecido no mundo inteiro.

(© Oriundi)

 

 

Google
Web ItaliaOggi

Notizie d'Italia | Gastronomia | Migrazioni | Cidadania | Home ItaliaOggi