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Migrazioni ItaliaOggi

 

União Européia sobreviverá sem os imigrantes?

04/06/2008

 

Durante mais de duzentos anos os países europeus foram, em grande parte, países de emigração, mas nas últimas décadas esta tendência inverteu-se e a União Européia tornou-se gradualmente um destino de imigração e de pedidos de asilo. A prosperidade e o bom funcionamento das sociedades européias fazem com que a Europa continue a ser um destino atrativo, razão pela qual cada vez mais políticos e acadêmicos consideram que uma imigração bem gerida pode ser a solução para o declínio demográfico europeu.

Entre 2004 e 2005 a migração para a UE atingiu um valor recorde de 2 milhões de pessoas, dos quais dois terços tiveram como destino Espanha e Itália.
 
Atualmente, cerca de 3,7% da população da UE a 27 é composta por cidadãos não nacionais de nenhum Estado-Membro da UE. De acordo com as previsões da Eurostat, se a imigração se mantiver nos níveis atuais a população européia ativa continuará a aumentar até 2030. Caso contrário, o declínio terá início no final da presente década.
 
De acordo com um estudo da Comissão Européia, para compensar a diminuição da população ativa na União Européia a 27, serão necessários cerca de 56 milhões de imigrantes até 2050. Os países com uma taxa de natalidade reduzida, como a Alemanha, Espanha, Itália e a Polônia terão necessidade de um número considerável de imigrantes.
 
Integração dos imigrantes

Os planos de integração de imigrantes da UE apenas serão bem sucedidos se os imigrantes e os seus descendentes se conseguirem integrar econômica e socialmente no país de destino. Esta questão é motivo de preocupação para diversos países.
 
De acordo com o Eurobarômetro, a insuficiente integração dos imigrantes nos países de destino tem como conseqüência uma percepção negativa da imigração, o que faz com que apenas 4 em cada 10 europeus considerem que os imigrantes contribuem de forma positiva para o desenvolvimento do país de destino.
 
Para a eurodeputada francesa Françoise Castex (Grupo Socialista), autora de um relatório sobre o futuro demográfico da Europa que será debatido pelo plenário em Fevereiro, a imigração é um elemento positivo para a recuperação da população européia.
 
No seu relatório, a eurodeputada defende que a UE tem necessidade de uma abordagem clara e ponderada da imigração, de forma a evitar atitudes e opiniões xenófobas. Nesse sentido, os imigrantes devem ter acesso a apoio legal e social. O relatório prevê igualmente a aplicação de sanções aos traficantes de seres humanos e às entidades empregadoras que utilizam mão-de-obra ilegal.
 
Cartão azul para trabalhadores qualificados

Em relatório adotado pelo plenário em Setembro de 2007, a eurodeputada italiana Lilli Gruber (Grupo Socialista) defendeu a criação de um visto de trabalho da UE, o chamado cartão azul, para facilitar a livre circulação de "cérebros" na Europa e a transferência de pessoal em empresas multinacionais. Esta medida permitiria a gestão eficaz dos imigrantes qualificados. O Parlamento Europeu apoiou este objetivo, uma vez que o mercado de trabalho da UE tem necessidade de imigração legal bem gerida e, conseqüentemente, de uma política de imigração coerente.
 
O Parlamento Europeu e a política de imigração da União Européia

O problema da imigração ilegal na UE ensombra os benefícios evidentes que decorrem de fluxos migratórios bem geridos. O número de cidadãos oriundos de países terceiros que se encontram em situação irregular na UE parece situar-se, de acordo com algumas estimativas, entre 4,5 e 8 milhões de pessoas.
 
Tal como refere o eurodeputado espanhol Javier Moreno Sánchez (Grupo Socialista) no seu relatório sobre prioridades políticas em matéria de luta contra a imigração ilegal, aprovado pelo plenário em Setembro de 2007, "os imigrantes ilegais não devem ser tratados como criminosos: muitos deles arriscam a vida em busca de liberdade e de meios de subsistência na Europa". (UE)

(© Oriundi)

 

 

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