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O presidente do Parlamento Europeu,
o espanhol Josep Borrell |
Barcelona - O presidente do Parlamento
Europeu (PE), o espanhol Josep Borrell, afirmou
que a Europa vive uma grave situação de
envelhecimento demográfico, que torna imprescindível
a chegada de "novos imigrantes"."Hoje, o bloco
europeu tem um clima um pouco deprimente, quando se
completa meio século da criação da Comunidade
Européia", admitiu Borrell, em uma conferência em
Barcelona.
"A UE se pergunta agora o que resta por fazer",
disse Borrell, que identificou as quatro grandes
crises vividas atualmente pela UE: "de identidade,
de dimensão, de eficácia e de legitimidade".
O presidente apontou os "grandes problemas"
enfrentados pela UE, dentre os quais citou a
demografia e a imigração.
Borrell, que no próximo 15 de janeiro deve deixar
a Presidência do Parlamento Europeu, após dois anos
e meio no cargo, considerou necessária uma política
comum para tramitar os fluxos migratórios em direção
ao velho continente.
Apesar da chegada de imigrantes estar gerando um
amplo debate dentro dos países de destino, Borrell
afirma que novos imigrantes são necessários, porque
há um buraco demográfico espantoso no bloco, que só
pode ser sanado se "recorrermos maciçamente à
imigração".
Para ilustrar o envelhecimento populacional
europeu, ele lembrou que a Espanha e Itália "serão
dentro de 15 anos os países mais velhos do mundo".
"Os imigrantes fazem a função de substituição da
mão-de-obra européia que se perde a cada ano. Se
todos os imigrantes fossem embora amanhã, nossa
economia afundaria", afirmou.
O outro grande desafio, explicou, é o equilíbrio
entre energia e meio ambiente, que, segundo sua
opinião, só pode ser solucionado se a Europa der um
salto tecnológico, e adotar fontes alternativas de
energia que atenuem sua "enorme dependência
energética".
Segundo Borrell, o tema da energia deve ser o
catalisador da construção do bloco europeu, da mesma
forma que o foi em seu início, quando se criou a
Comunidade Européia do Carvão e do Aço.
Neste sentido, pediu aos Estados-membros que
tomem consciência da importância deste assunto,
criem uma política energética comum, sem a qual
dificilmente pode plantear-se uma política externa
comum coerente, e abram um debate sobre que tipo de
energia deve ser gerada pela Europa, sem descartar a
nuclear.
Por outro lado, Borrell reconheceu que uma União
Européia com 27 países faz com que as reuniões
comunitárias sejam "menos eficientes", o que coloca
um "problema de eficácia", agravado pela não-entrada
em vigor da Constituição Européia, rejeitada por
França e Holanda.
Segundo sua opinião, a Presidência rotativa alemã
"terá uma missão bastante complicada", para chegar a
um acordo constitucional, dada a postura que pode
ser adotada pela França.
(©
G1)
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