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Treviso perde patrocínio por causa de racismo da
torcida |
04/06/2001
ROMA
- No momento em que a ONU se movimenta para a organizar a Conferência sobre Racismo
no mundo, programada para setembro próximo, em Durban, o tema volta a despertar atenção
no futebol italiano, um dos mais atingidos pelos preconceitos de raça na atualidade. Os
incidentes promovidos por torcedores racistas do Treviso, que disputa o Campeonato
Italiano da segunda divisão, levaram seu patrocinador a anunciar ontem o fim da parceria
entre eles. O motivo: a empresa Battaglia Sr não deseja mais ver sua imagem ligada a um
clube que tolera ações racistas de seus seguidores.
O que levou a empresa a tomar a
decisão de não mais patrocinar o clube foi o incidente de domingo passado, na partida em
que o Treviso perdeu para o Ternana por 3 a 1, no campo do adversário. Torcedores do time
protagonizaram atitude acintosamente deselegante e racista, ao se retirarem do estádio,
aos 23 minutos do segundo tempo, em protesto contra a entrada em campo do negro nigeriano
Omolade, que fazia sua estréia na equipe do Treviso.
Brasileiros - Cerca de 30 torcedores que estavam próximos ao alambrado
começaram a guardar as bandeiras e faixas e saíram do estádio, acompanhados pelo
policiais encarregados de sua segurança. A saída, porém, foi sem incidentes. Ainda
assim, foi o suficiente para levar a Battaglia Sr a anunciar o fim da parceria. Isso
porque o grupo presente ao jogo de domingo, integrante dos torcedores ultras do Treviso,
tem protagonizado com freqüência ações racistas.
Jogadores brasileiros também têm sido alvo de manifestações racistas de
torcedores italianos. Em 1999, o Verona foi obrigado a desistir da contratação do
lateral Zé Maria, diante das ameaças dos ultranazistas da sua torcida contra a presença
de um negro no time. Antes disso, esses mesmos torcedores protestaram contra a
contratação do jogador Ferrie exibindo, na arquibancada, um boneco negro, pendurado numa
forca.
O Lazio, atingido por atitudes racistas do grupo nazi-fascista de sua
torcida, chegou até a anunciar, recentemente, que vai contratar um negro e um judeu para
sua equipe. É a resposta que o clube quer dar aos ''irredutíveis'' - os cerca de dois
mil dos mais fanáticos e violentos torcedores do Lazio.
(Jornal do Brasil)
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