Em uma carta, divulgada esta
segunda-feira pelo jornal italiano La Repubblica, com o título "Os verdadeiros
números da imigração", o ministro afirma que em junho passado os imigrantes
procedentes de países que não integram a União Européia (UE) e com permissão para
ficar na Itália chegavam a 1.154.000. A maioria dos imigrantes legais provêm de Marrocos
(150.000), Albânia (130.000), Filipinas e Equador (62.000), Romênia (60.000), Estados
Unidos (48.000) e Tunísia (42.000). "Cerca de 50% deles são assalariados e 70.000
são trabalhadores autônomos", informou Bianco.
O ministro disse que se tratava de um primeiro exame
da situação dos imigrantes na Itália, um assunto que se tornou tema da campanha
eleitoral e que desperta polêmicas entre a coligação governante de centro-esquerda e os
setores de centro-direita, que têm as atenções voltadas para as legislativas de abril
de 2001. O ministro recordou que na Itália o número de cidadãos
"extracomunitários", ou seja os que vêm de fora da comunidade européia,
equivale a 2,1% em relação ao total da população, de cerca 57 milhões de habitantes.
"Lhes recordo que na Alemanha, França e Holanda esse porcentagem supera 9%. Na
Espanha está perto de 7,5%", informou Bianco.
"A imigração regular não cria problemas
notáveis de criminalidade", afirmou Bianco, ao descartar a possibilidade de que a
entrada de imigrantes tem como conseqüência maior insegurança. Segundo os números
oficiais, de um total de 56.680 presos nas cadeias italianas, os imigrantes com permissão
de estadia eram 985 até o dia 30 de junho passado. O ministro admitiu que o problema que
deve ser enfrentado com maior severidade é o dos imigrantes ilegais, que segundo os dados
citados por Bianco chegam a cerca de 250.000. "Nos últimos onze meses mais de 60.000
imigrantes clandestinos foram efetivamente expulsos do território nacional", afirmou
Bianco, que elogiou os acordos internacionais com os países de origem e que com os que
fazem fronteira para evitar o fluxo de clandestinos.
"Itália é um país que se
transformou rapidamente de um país de imigrantes para um país que recebe
imigrantes", escreveu Bianco ao confirmar que a economia italiana
"necessita dos imigrantes para manter seu ritmo de crescimento". Um
decreto que estabelece os fluxos migratórios para 2001 em 63.000 pessoas
deve ser assinado nos próximos dias.