ROMA - Os italianos cultivam um medo profundo de estrangeiros e
acreditam que os imigrantes são a causa direta dos índices de criminalidade no país,
mostrou uma pesquisa divulgada na sexta-feira.
Quase um terço dos italianos disse que sua maior preocupação era com o
número cada vez maior, em seu território, de pessoas vindas de fora da União Européia,
mostrou uma pesquisa realizada pelo grupo de estudos Censis. Os números apontam ainda que
o medo de estrangeiros vem crescendo enquanto outros temores diminuem.
Apenas o crime organizado e o desemprego superam a imigração na lista de
preocupações dos italianos. O assunto promete ser destaque nas próximas eleições do
país, em abril.
"O estudo deixa a impressão de um país vivendo sob o medo da
disseminação do crime e de um influxo de imigrantes", disse a Censis em um
comunicado, acrescentando que três quartos dos italianos disseram acreditar que a
imigração e o aumento nos índices de criminalidade estão diretamente relacionados.
A Itália apresenta, na prática, uma das menores taxas de imigração da
Europa -- só 2,2 por cento de seus 57 milhões de habitantes são considerados
imigrantes. E a criminalidade vem caindo.
Apesar disso, o medo em relação à imigração é grande. Metade dos
entrevistados disseram estar convencidos de que os estrangeiros aumentavam as chances de
um italiano ser infectado por uma doença contagiosa.
De outro lado, um terço dos imigrantes contou ter sido vítima de abusos
racistas praticados por italianos.
A maior parte dos imigrantes na Itália vem do Marrocos,
da ex-Iugoslávia, da Tunísia e da Albânia.
(Reuters)
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