13.08.2000
ROMA - Está na hora de fazer bons negócios na
Itália. O governo aprovou regras que simplificarão a privatização de palácios,
edifícios seculares, locais históricos, bens artísticos, velhos quartéis, ilhas e
parques famosos. Um acervo considerado por várias gerações como as jóias da família.
O primeiro ministro Giuliano Amato conseguiu conciliar os
interesses conflitantes de dois de seus ministros: o do Tesouro, Vincenzo Visco, que
defendia a necessidade de aumentar a receita e liberar o Estado das sempre mais pesadas
despesas de manutenção de um patrimônio julgado improdutivo, e a dos Bens Culturais,
Giovanna Melandri, decidida a tutelar e preservar o valor histórico e artístico da maior
parte do mesmo patrimônio, invejado e cobiçado por tantos outros países.
Amato impediu a venda ou mesmo a concessão do Coliseu, das
ruínas do Foro Romano, das Termas de Caracala ou do Circo Massimo, e proibiu que se
continue a pensar na venda (por US$ 2,5 bilhões) do grande centro esportivo romano do
Foro Itálico. Mas abriu sinal verde para a venda ou cessão do Estádio Olímpico,
localizado na mesma área do Foro Itálico, construído para as Olimpíadas de 1960 e
ampliado para o Mundial de Futebol de 1990.
O plano inicial de privatização apresentado e justificado
pelo ministro do Tesouro propunha as vendas de mansões, palácios, antigos cárceres,
hotéis, cinemas, teatros, velhos aeroportos, asilos e ilhas.
Com muita garra, no entanto, a ministra dos Bens Culturais
conseguiu retirar da lista de vendas, além do Foro Itálico, a Villa Carlota de Tremezzo
(no lago de Como), uma fortaleza militar construída há 400 anos em La Spezia e o
palácio Avalos em Procida. Conseguiu ainda suspender por tempo indeterminado as vendas de
72 palácios, imóveis vários e de 35 velhos quartéis nas 20 regiões italianas. Mesmo
assim, desde agora, qualquer grupo ou cidadão interessado (desde que bem provido de moeda
forte) poderá comprar um só ou muitos dos 196 quartéis militares que serão postos à
venda pelos diferentes governos regionais do em todo o país. (Araújo Netto, AJB) |