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O clérigo Hassan Mustafa Osama Nasr
-também conhecido como Abu Omar |
Reuters
MILÃO - Um tribunal de Milão emitiu uma ordem de prisão válida na
Europa contra 22 agentes da CIA suspeitos de terem seqüestrado um
religioso egípcio na cidade em 2003, afirmou nesta sexta-feira o
promotor Armando Spataro.
O caso diz respeito a uma das investigações sobre as acusações de
que agentes dos EUA usaram a Europa para transferir suspeitos para
outros países. O sistema de "rendição" gerou tensões entre Washington
e a União Européia.
Os juízes de Milão suspeitam que uma equipe da CIA capturou Hassan
Mustafa Osama Nasr em uma rua da cidade e o mandou para o Egito, onde
ele afirma ter sido torturado.
Os promotores pediram ao Ministério da Justiça italiano no mês
passado a extradição dos agentes desde os EUA, mas o ministro Roberto
Castelli ainda não decidiu se vai extraditá-los.
A ordem de prisão vale automaticamente em todos os 25 países da
União Européia. Esse tipo de ordem foi criada depois dos ataques de 11
de setembro de 2001 contra os EUA.Spataro disse que também pediu à
Interpol que tente prender os agentes em qualquer lugar do mundo.
A embaixada dos Estados Unidos em Roma não estava imediatamente
disponível para comentar a notícia. A Casa Branca, o Departamento de
Justiça, a CIA e o Departamento de Estado ainda não haviam respondido
aos telefonemas para dar declarações sobre o caso.
No início da semana, o primeiro-ministro da Itália, Silvio
Berlusconi, disse não acreditar que os agentes da CIA tivessem
seqüestrado Nasr, mas acrescentou que os governos não conseguirão
derrotar o terrorismo se seguirem todas as regras. Autoridades
judiciais acreditam que Nasr, também conhecido como Abu Omar, ainda
esteja sob custódia no Egito.
Investigadores italianos já o haviam acusado de ligações com a Al
Qaeda, e um juiz de Milão emitiu uma ordem de prisão contra ele.Antes
do desaparecimento, os investigadores monitoravam Nasr de perto. Ele
desapareceu no dia 17 de fevereiro de 2003.
Documentos do tribunal mostram que os agentes da CIA deixaram ampla
documentação sobre sua estada na Itália. Cerca de um ano depois de
desaparecer, Nasr deu dois telefonemas - para a mulher e para um líder
religioso de Milão.
Nas ligações, contou que havia sido mandado para Alexandria, no
Egito, e que tinha sido torturado com choques elétricos e com a
exposição a temperaturas e a ruídos extremos. Ele teria sido preso
novamente por ter revelado os maus-tratos.
(© O
Globo)
GUERRA SEM
LIMITES
Americanos são suspeitos do seqüestro de um clérigo muçulmano em
Milão; mandado vale nos 25 países da UE
Corte italiana manda prender agentes da CIA
DA REDAÇÃO
Uma corte italiana emitiu ontem um mandado de busca contra 22 agentes da
CIA -a agência americana de inteligência- suspeitos de seqüestrarem um
clérigo egípcio, em Milão, em 2003.
O
anúncio, feito pelo promotor italiano Armando Spataro, refere-se a um
caso de uma série envolvendo ações de agentes americanos na jurisdição
da União Européia, motivo de tensão entre o bloco e Washington desde que
vieram à tona indícios de que aviões da CIA levando prisioneiros da
guerra ao terror para serem interrogados em outros países passaram pelo
território europeu. O programa, que o governo americano chama de
"transferência extraordinária", viola as leis internacionais, segundo
especialistas.
Os
juízes que emitiram o mandado suspeitam de que a CIA tenha capturado o
clérigo Hassan Mustafa Osama Nasr -também conhecido como Abu Omar- em
uma rua de Milão em fevereiro de 2003 e o levaram para ser interrogado
no Egito, onde Nasr afirma ter sido torturado. Acredita-se que ele ainda
esteja no Egito.
O
clérigo é suspeito de pertencer à rede terrorista Al Qaeda. Um juiz
italiano já havia emitido um mandado contra Nassr, e investigadores
vinham monitorando suas atividades de perto na expectativa de obter
informações sobre possíveis ataques. Mas seu sumiço interrompeu o
processo.
Daria Pesce, advogada de um dos agentes, minimizou a situação, mas
admitiu que seu cliente e os demais suspeitos não podem mais ir à Europa
sem que haja o risco de eles serem presos.
No
mês passado, promotores pediram ao Ministério da Justiça da Itália que
solicitasse aos EUA a extradição dos agentes. Mas o ministro Roberto
Castelli ainda não tomou uma decisão, e o premiê Silvio Berlusconi disse
nesta semana não ver "base para o caso".
O
documento emitido ontem é válido nos 25 países do bloco sem precisar de
aprovação de nenhum governo. Sob o acordo fechado pela UE após o 11 de
Setembro, se um membro do bloco pede a outro que entregue um suspeito, o
outro tem de obedecer.
Spataro também pediu à Interpol que tentasse deter os agentes suspeitos
da CIA em qualquer lugar do mundo em que eles estejam, informou a
agência de notícias Reuters.
A
Casa Branca, o Departamento da Justiça e a CIA não comentaram o tema até
o início da noite de ontem. O Departamento de Estado se negou a tecer
comentários. (Com
agências internacionais)
(© Folha
de S. Paulo)
I giudici inoltrano
sia quello internazionale che quello Ue. Castelli valuterà
sull’estradizione
Abu
Omar: mandato di cattura per gli 007 Usa
Salvo che negli Stati Uniti, dove è necessario che giunga la richiesta
di estradizione da parte del Ministero della Giustizia italiano,
potrebbero essere arrestati ovunque i 22 agenti della Cia accusati di
aver rapito l’ex imam della moschea milanese di via Quaranta, Abu Omar,
il 17 febbraio del 2003 nei pressi dell’Istituto islamico di viale
Jenner. Nei confronti del gruppo, guidato da Bob Seldon Lady, capo del
gruppo di 007 statunitensi che si sospetta siano entrati in azione a
Milano, dal 20 dicembre esistono un mandato di cattura europeo e uno
internazionale.
Per 16 il mandato europeo è stato emesso dal gip, per altri sei dai
giudici del Tribunale del Riesame, che avevano accolto una seconda
richiesta dei procuratori aggiunti Armando Spataro e Ferdinando Enrico
Pomarici, dopo un’iniziale bocciatura del giudice per le indagini
preliminari.
Ora, se dovessero mettere piede in uno dei 25 Paesi dell’Ue, per gli
agenti Cia scatterebbe l’arresto e, in questo caso, non sarebbe
necessario il parere del ministro della Giustizia in quanto si
tratterebbe di una vicenda tra le Autorità Giudiziarie delle varie
Nazioni dell’Unione Europea, sulla scorta del “provvedimento quadro”
approvato nel marzo del 2005 dall’Italia dopo non poche polemiche.
Per i 22 è anche scattato il mandato di cattura internazionale, valido
in tutti i Paesi salvo che in quelli europei e negli Usa. Qualora
qualcuno degli agenti statunitensi fosse arrestato in queste Nazioni,
però, si dovrebbe procedere con una richiesta di estradizione che il
Ministero della Giustizia dovrebbe inoltrare. È però sul fronte della
richiesta di estradizione dagli Usa, trasmessa da Milano il 20 novembre,
che ieri si è registrata un’altra, importante novità: il ministro della
Giustizia, Roberto Castelli, ha infatti chiesto con una nota alla
Procura generale di Milano la trasmissione di copia degli atti
dell’indagine dei pm milanesi sul rapimento dell’ex imam per poter
decidere sulla estradizione. Una richiesta che ha meravigliato la stessa
Procura generale, nei cui ambienti si fa notare come sia la prima volta
che sono chiesti tutti gli atti alla base delle ordinanze di custodia
cautelare per una valutazione delle indagini (come del resto, aveva
preannunciato lo stesso Castelli), mentre compito del ministro sarebbe
decidere se inoltrare o meno la richiesta in base ad analisi di
opportunità politica.
È probabile, comunque, che i
magistrati lombardi inviino la documentazione. I pm avanzano comunque
una richiesta di assistenza giudiziaria agli Usa, sempre tramite la
Procura generale e il ministero: vogliono sentire gli indagati negli
Stati Uniti, svariati testimoni e acquisire della documentazione. Anche
in questo caso, spetta al ministro decidere se dare seguito alla
rogatoria ma, a differenza della decisione sull’estradizione, per la
quale non sono previsti termini, Castelli dovrà rispondere entro 30
giorni. La vicenda del rapimento di Abu Omar, prelevato a Milano e,
nella ricostruzione degli investigatori della Digos, portato prima nella
base di Aviano, poi in carcere in Egitto, passando per la Germania, si
complica ulteriormente e si arricchisce di nuovi capitoli. “No comment”
espresso sia dai portavoce della Cia, sia dall’ufficio del Direttore
nazionale dell’intelligence, John Negroponte.
E
in serata il Guardasigilli ha firmato come «mero atto dovuto» la
richiesta arrivata giovedì al ministero della Giustizia da parte della
procura di Milano. In relazione ai mandati di arresto europei - si legge
in una nota di Via Arenula - “l’inserimento dei nomi dei ricercati nel
sistema Schengen, costituisce un mero atto dovuto rispetto al quale il
Ministro della Giustizia non ha alcun potere di valutazione dovendosi
limitare alla mera trasmissione degli atti”.
“La Procura della Repubblica di Milano - si legge nella nota - in data
22.12 2005 ha richiesto al ministero della Giustizia di disporre le
ricerche in campo internazionale di 22 agenti Cia indagati per il
sequestro dell’imam Abu Omar”. Sulla precedente richiesta di arresto a
fini di estradizione formulata dalla stessa procura di Milano, il
ministro Castelli - precisa Via Arenula - “si è già riservato di
assumere le proprie determinazioni, ai sensi dell’art. 720 del codice di
procedura penale, richiedendo all’autorità giudiziaria di voler
trasmettere gli atti posti a sostegno dell’ordinanza di custodia
cautelare».
Quanto “alla richiesta di arresto nei
paesi che aderiscono alla convenzione Schengen, che non coincidono con
tutti gli Stati membri dell’Unione europea, è stato invece attivato
dalla Procura di Milano il meccanismo del mandato di arresto europeo,
nel quale l’inserimento dei nomi dei ricercati nel sistema Schengen,
costituisce - aggiunge la nota - un mero atto dovuto rispetto al quale
il Ministro della Giustizia non ha alcun potere di valutazione dovendosi
limitare alla mera trasmissione degli atti. Completate le procedure
previste dalla legge, i nominativi saranno quindi segnalati al Ministero
dell’Interno, per l’inserimento nel sistema informativo Schengen”.
(© La
Padania Online) |