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Dan Brown, autor de O Código Da Vinci |
Por Jerôme Rivet
WASHINGTON - Este ano sacramentou o sucesso
total de "O Código Da Vinci", o livro mais vendido nos Estados Unidos
pelo segundo ano consecutivo, cortejado por Hollywood e objeto de
intermináveis polêmicas em vários países.
Quase dois anos depois de sua
publicação, em março de 2003, este romance esotérico-religioso ocupa o
lugar de mais destaque nas prateleiras da livrarias americanas, onde
best-sellers como a autobiografia de Bill Clinton não ficaram mais que
algumas semanas.
Com mais de 17 milhões de
exemplares vendidos, dos quais 10 nos Estados Unidos, segundo a editora,
"O Código Da Vinci" ocupa há 89 semanas a lista dos mais vendidos do New
York Times. No Washington Post, não apenas lidera o ranking, como é
seguido por outros três romances de Dan Brown.
Sua afortunada editora, a
DoubleDay, filial da gigante Random House (grupo Bertelsmann), mantém-se
no topo da moda com habilidade. Enquanto prepara o lançamento de um
versão "pocket", lançou para as festas de final de ano uma edição de
luxo, ricamente ilustrada, que desapareceu das prateleiras apesar do
preço salgado de 35 dólares.
Depois de se declarar
"estupefato" com o sucesso do seu livro, Dan Brown, até então
desconhecido, já não fala mais em público. Está em retiro em sua casa de
New Hampshire (nordeste), onde escreve seu quinto romance, que deve
lançar em 2005.
Hollywood também se interessou
pelo livro. Depois de comprar seus direitos autorais por seis milhões de
dólares, os estúdios Columbia Pictures encarregaram Ron Howard de
dirigir o filme com estréia prevista para maio de 2006.
A estrela Tom Hanks será o
professor de simbologia Robert Langdon, uma espécie de Indiana Jones
jogado no meio de um jogo de pistas mortal, com sociedades secretas e
símbolos escondidos em quadros do Louvre como pano de fundo.
Hanks será cercado por atores
franceses. A imprensa especializada já citou nomes como Julie Delpy,
Jean Reno e Vincent Cassel como possíveis integrantes do elenco.
O que faz "O Código Da Vinci" um
best-seller único é que, ao contrário de tantos outros livros que a
gente lê e esquece rapidamente, esta obra motiva o leitor a se informar
mais sobre as referências religiosas e artísticas do texto.
"O Código Da Vinci conseguiu
acender uma enormidade de debates sobre a religião, o sexo, os dogmas da
Igreja Católica, os símbolos artísticos, o esoterismo e inclusive a
história do mundo ocidental tal como conhecemos", disse o jornal US News
and World Report em um número especial sobre os "segredos" do romance.
No centro da polêmica está a tese
de que uma menina nasceu da união entre Jesus e Maria Madalena.
Entretanto, a Igreja teria procurado por todos os meios asfixiar esta
verdade a fim de preservar o caráter divino de Jesus, Desta maneira
inclui no romance o Opus Dei, a busca do Sant Graal e símbolos ocultos
nas obras-primas de Leonardo Da Vinci.
Acusado de "deformar a realidade
histórica sobre Cristo" ou de navegar sobre "o filão da teoria da
conspiração", Dan Brown destaca que "a controvérsia e o diálogo são
saudáveis para religião. Um debate apaixonado é o melhor antídoto contra
a apatia, a verdadeira inimiga da religião", acrescenta o autor em seu
site pela Internet.
(© Folha
Online)
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