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Italianos
dizem que turismo sexual no Brasil está crescendo
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Valquiria Rey
de Roma
A polícia italiana prendeu nesta
terça-feira uma quadrilha que organizava turismo sexual, inclusive com
crianças, para a cidade de Fortaleza.
Entre os presos está a brasileira Angélica Ribeiro, de 31 anos,
seu marido, o italiano Luigi Meraglia, de 48 anos, e outros dois donos
de agências de viagens.
Depois de mais de um ano investigando proprietários de sete
empresas de turismo em diversas partes da Itália, as autoridades
conseguiram prender em flagrante os três homens e a brasileira, acusados
de enviar todos os anos pelo menos mil italianos à capital cearense.
Os presos são acusados de explorar a prostituição
infantil no Brasil e são proprietários de agências de turismo nas
cidades de Torino, Palermo, Roma e Caltanissetta.
Parceria
A polícia acredita que Angélica e Meraglia sejam os chefes do
grupo.
Se forem condenados pelos crimes de associação para delinqüir com
a finalidade de turismo sexual e exploração da prostituição infantil,
eles podem pegar de seis a 12 anos de prisão.
"Estávamos acompanhando os passos dessas pessoas há um ano e
meio", disse à BBC Brasil Dania Manti, coordenadora das investigações.
"Conseguimos prendê-los graças a importante colaboração da
polícia brasileira."
Menores
Dania explicou que a operação organizada pelo comando de polícia
de Roma estava investigando apenas as sete agências de viagens.
Ela acredita que o número de pessoas envolvidas na organização do
turismo sexual e de viajantes italianos seja muito maior.
Durante o período de investigações, os policiais fingiram ser
turistas a procura de aventura com meninas brasileiras e acabaram
filmando e fotografando os movimentos dos italianos envolvidos com a
prostituição infantil na capital do Ceará.
A última operação foi feita há pouco mais de um mês, quando
quatro policiais de Roma estiveram infiltrados num grupo de dezenas de
italianos enviados a Fortaleza pelas agências de viagens envolvidas no
caso.
Alberto Intini, chefe da operação que capturou os quatro
acusados, disse que os turistas italianos pagavam em torno de 2 mil
euros pela viagem, incluindo hotel e a garantia de fazer sexo com
menores de idade.
Investigação
De acordo com ele, o preço poderia variar para mais, ou para
menos, de acordo com a duração da viagem.
Segundo Intini, a Polícia Federal brasileira trabalhou todo o
tempo com os agentes italianos, realizando investigações em Fortaleza.
A blitz realizada no início da
madrugada foi coordenada pela Procuradoria da República da capital
italiana.
Além das prisões nas quatro cidades, também foram feitas
operações, sem o registro de detenções, em Catanzaro, San Benedetto del
Tronto e Catania, onde pessoas que estiveram no Brasil recentemente, uma
ou mais vezes, foram procuradas em suas casas.
Garantia
As capturas foram possíveis graças a uma lei aprovada em 1998
contra o fenômeno do turismo sexual, principalmente, tendo o Brasil como
destino. A normativa italiana foi utilizada hoje pela primeira vez.
Não é a primeira vez que italianos são envolvidos nesse tipo de
crime. No final de outubro, a Polícia Federal prendeu no Rio de Janeiro
um grupo de 11 pessoas, envolvidos com turismo sexual e pedofilia, entre
eles quatro italianos.
O grupo foi acusado de vender pela Internet pacotes de viagens a
Recife e Fortaleza, com a garantia para os turistas de ter como
acompanhantes prostitutas, incluindo até uma menina de cinco anos de
idade.
Os pacotes eram vendidos através de uma página na internet que já
foi desativada.
Pela garantia de ter sexo com uma brasileira, os clientes pagavam
mil euros adicionais ao preço da viagem.
(©
BBC Brasil)
Turismo sessuale: agenzie viaggi nel mirino
Quattro arresti, centinaia di perquisizioni
Quattro persone arrestate della Squadra Mobile di Roma nelle
indagini su una presunta organizzazione per viaggi in Brasile a
sfondo sessuale. A capo dell'organizzazione il titolare di
un'agenzia di Fortaleza, in Brasile, alla quale facevano riferimento
alcune agenzie italiane che organizzavano il cosiddetto turismo
sessuale, rivolto particolarmente a ragazzi e ragazze non
maggiorenni. Le agenzie perquisite, oltre che a Roma, anche a
Torino, Palermo, San Benedetto del Tronto, Catanzaro e in Sardegna.
Le cifre sono spaventose: sarebbero due milioni i bambini tra i 6 e i 15
anni sfruttati sessualmente nel mondo, obbligati a prostituirsi dalle
loro stesse famiglie o da organizzazioni criminali. A sottolineare il
dato è l'Ecpat (onlus contro la prostituzione, la pornografia infantile
e il traffico di minori a fini sessuali) commentando l'operazione
condotta dalla polizia in varie città italiane nei confronti di titolari
di agenzie turistiche che organizzavano viaggi a scopo sessuale in
località brasiliane.
Quanto allo sfruttamento sessuale dei minori in Brasile, le stime
parlano di circa 100mila bambini coinvolti, mentre sono circa 80mila
nelle Filippine, oltre 100mila nel triangolo Thailandia, Cambogia e
Laos.
«È una vera e propria industria organizzata - sostengono i responsabili
della Onlus - e l'Italia sta sempre più diventando un luogo di transito
soprattutto dai Paesi dell'Est europeo».
Sul coinvolgimento di agenzie turistiche italiane nell'organizzazione di
viaggi a sfondo sessuale, la notizia è arrivata come un macigno. Fino ad
ora si pensava, o meglio si sperava, che non esistessero agenzie di
viaggio e tour operator che organizzavano viaggi con tale scopo. La
legge italiana parla molto chiaro: chi organizza o promuove viaggi
finalizzati allo sfruttamento sessuale dei minori è punito con la
reclusione da 6 a 12 anni e con una multa da 15mila a 150mila euro.
Per quanto riguarda il cliente, invece, l'Ecpat sostiene che oltre ai
pedofili e ai cosiddetti «clienti preferenziali», oggi si assiste al
fenomeno emergente delle donne che vanno all'estero alla ricerca di
soddisfazioni sessuali con ragazzini. C'é poi anche «il gruppo del
perchè no», ossia di ragazzi giovani, normali, che studiano o lavorano,
che hanno la ragazza, ma che per due settimane si dedicano a cercare
ragazzine.
(© L´Eco
di Bergamo) |