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Italianas libertadas no Iraque chegam a Roma

Simona Pari e Simona Torretta

   ROMA - Após 21 dias de seqüestro no Iraque - dias de mobilização e apreensão para toda a Itália - as duas jovens voluntárias que estiveram em poder de insurgentes e foram libertadas nesta terça-feira chegaram a Roma na noite desta terça-feira em Roma.

   Simona Pari e Simona Torretta, ambas de 29 anos e integrantes de uma organização de ajuda humanitária, foram recebidas com festa por parentes e um grande grupo de políticos, encabeçados pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Também estavam presentes o vice-presidente Gianfranco Fini, o prefeito de Roma, Walter Veltroni, e líderes da oposição.

   As duas desceram sorridentes e de mãos dadas do avião fretado que pousou às 23h15m (18h15m em Brasília). Dali, as duas seriam levadas para suas residências, em Roma (Simona Torretta) e Rimini (Simona Pari).

   As jovens italianas foram levadas no dia 7 de setembro do escritório da entidade em que trabalham, a ONG Uma Ponte para Bagdá, que ajuda crianças iraquianas. Elas foram entregues a representantes da Cruz Vermelha italiana. Dois iraquianos capturados com as duas - Mahnaz Bassam, da ONG Intersos, e o engenheiro Razad Ali Abdul - também foram libertados. (Agências Internacionais)

(© O Globo)


Reféns italianas são libertadas no Iraque

   ROMA - A duas italianas seqüestradas há três semanas no Iraque, Simona Torretta e Simona Pari, foram libertadas, bem como dois iraquianos que foram capturados com elas. A informação foi confirmada pelo governo da Itália e pelas famílias das ex-reféns. Não há informação sobre o pagamento de resgate.

   O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que as duas jovens estão vivas e bem.

   A notícia da libertação foi dada pelo canal árabe de notícias Al-Jazeera e confirmada em seguida pelo ministro de Políticas Comunitárias da Itália, Rocco Buttiglione, e pela mãe de uma das jovens, Laura Torretta. Ela contou que recebeu um telefonema do governo relatando o desenlace do seqüestro e que estava extremamente contente.

   - É um momento de alegria para todos - disse o ministro Buttiglione. - Houve uma participação conjunta de todo o país. Trabalhamos juntos e, com ajuda de Deus, obtivemos resultado.

   Segundo o jornal kuwaitiano "Al-Rai al-Aam", os seqüestradores teriam concordado em libertar as italianas, que trabalhavam em serviços de ajuda humanitária, se fosse pago US$ 1 milhão. Na edição desta terça-feira, o jornal afirmara que metade do valor havia sido pago.

   Na semana passada, dois grupos chegaram a anunciar a execução das reféns em mensagens divulgadas na internet.

   Simona Torretta e Simona Pari, ambas de 29 anos, trabalham para a organização humanitária Uma Ponte para Bagdá, que ajuda crianças iraquianas.

(© O Globo)


Governo italiano nega ter pago US$ 1 milhão pela libertação das duas Simonas, que já estão em seu país

Após negociação, reféns italianas são soltas

DA REDAÇÃO

   Simona Torretta e Simona Pari, as duas voluntárias italianas que estavam seqüestradas no Iraque, foram soltas ontem, após permanecerem três semanas em cativeiro. Dois iraquianos que haviam sido capturados com elas também foram libertados. Rumores indicam que foi pago US$ 1 milhão pelo resgate. Após serem soltas, as duas italianas foram embarcadas em um avião, que chegou na noite de ontem a Roma.

   Em outro caso, quatro engenheiros de uma companhia telefônica do Egito foram soltos ontem. Eles haviam sido seqüestrados na semana passada.

   A libertação das duas Simonas, como ficaram conhecidas as italianas, por terem o mesmo nome, foi celebrada na Itália. Redes de TV interromperam as suas programações para dar a notícia e centenas de pessoas foram para os arredores das casas de Simona Torretta, em Roma, e Simona Pari, em Rimini, para comemorar.

   As TVs árabes exibiram as imagens da libertação. As duas italianas retiraram os véus que cobriam todo o rosto e deixavam apenas os olhos à mostra, e sorriram, aparentando boa condição de saúde. Em árabe, Simona Torreta disse: "Muito obrigada. Adeus". Pari ficou em silêncio.

   O premiê Silvio Berlusconi, que colocou a libertação das duas italianas como prioridade, afirmou: "Finalmente boas notícias. É um momento para celebrar. Após muitos dias, muitas noites, muitas direções seguidas e 16 diferentes negociações, o caso foi concluído". Ele não deu detalhes de como ocorreram as negociações. Um jornal da Kuait afirmou ontem em reportagem que as duas Simonas foram soltas após o pagamento de resgate de US$ 1 milhão.

   Berlusconi negou a informação. O premiê disse apenas que as duas italianas foram libertadas graças à ajuda da Cruz Vermelha Internacional. Ele agradeceu apenas a serviços de inteligência de países vizinhos ao Iraque, especialmente à Jordânia -o rei Abdullah está na Itália.

   As duas Simonas, ambas com 29 anos, estavam no Iraque como voluntárias da organização humanitária "Ponte para Bagdá" e participavam de projetos educacionais. No dia 7, elas e outros dois iraquianos -soltos ontem- que trabalham na organização foram seqüestrados.

   O seqüestro delas provocou enorme comoção na Itália, especialmente porque estavam no Iraque como voluntárias.

   "É como nascer de novo. É a luz depois das trevas", disse Anna Maria Torretta, mãe de uma das Simonas. Na semana passada, um site islâmico publicou a informação de que elas tinham sido mortas. "Eu sabia que Simona voltaria. Nunca perdi a esperança", afirmou a mãe de Torretta.

   Daniela Rossi, mãe da outra Simona, sorriu e em seguida começou a chorar na sacada de seu apartamento, em Rimini. O Vaticano informou que o papa João Paulo 2º, que recentemente fez pedidos para a libertação, expressou "felicidade" com a notícia.

   A pressão para que Berlusconi agisse para obter a libertação das reféns foi enorme -em agosto um jornalista italiano foi assassinado após o fracasso de negociações. Para soltar as Simonas, os seqüestradores, segundo informações, exigiam a retirada dos cerca de 2.700 militares italianos que estão no Iraque integrando coalizão liderada pelos EUA.

Franceses e britânico

   Os dois repórteres franceses que estão seqüestrados no Iraque desde o dia 20 de agosto podem ser libertados em breve, segundo disse um negociador do governo francês. Paris já teria chegado a um acordo "sem a necessidade de pagamento". "Eles estão bem de saúde, psicologicamente e emocionalmente. Temos uma fita dizendo que Christian [Chesnot] e Georges [Malbrunor] serão soltos em breve", afirmou o negociador em entrevista a Al Jazira.

   O premiê do Reino Unido, Tony Blair, expressou apoio e solidariedade à família do britânico Kenneth Bigley, 62, que está sendo mantido refém há 12 dias no Iraque. Dois americanos que estavam com ele foram decapitados.

   Paul, irmão de Bigley, disse anteontem que Blair deveria renunciar. Ontem, celebrou a libertação das italianas e lembrou do apoio do líder palestino Iasser Arafat, que se ofereceu para ajudar nas negociações. Ainda há 18 estrangeiros seqüestrados no Iraque. (Com agências internacionais)

(© Folha de S. Paulo)


FRASES

Muito obrigada. Adeus

SIMONA TORRETTA
Uma das libertadas



É como nascer de novo. É a luz depois das trevas. Eu sabia que Simona voltaria. Nunca perdi a esperança

ANNA MARIA TORRETTA
Mãe de Simona



Após muitos dias, muitas noites, muitas direções seguidas e 16 diferentes negociações, o caso foi concluído

SILVIO BERLUSCONI
Premiê italiano

(© Folha de S. Paulo)


«Pensavano fossimo spie»


Simona Pari e Simona Torretta al loro arrivo all'aeroporto di Ciampino

   L'atteggiamento dei rapitori, inizialmente ostile, è cambiato durante il sequestro, quando si sono accorti che i quattro ostaggi non erano agenti di un Paese straniero. Sulla loro identità il redattore capo del giornale kuwaitiano Al Rai Al Aam dice che erano «iracheni che hanno agito per finanziare la guerriglia. Non mujaheddin di Al Qaeda». Il giallo del riscatto >

   Hanno raccontato ai magistrati di essere state trattate con rispetto dai rapitori ma di non averli mai visti in faccia, Simona Pari e Simona Torretta, le due italiane tornate ieri sera a Roma al termine di un sequestro in Iraq durato tre settimane. I magistrati del pool antiterrorismo della capitale le hanno interrogate fino alle prime ore del mattino, dopo il loro arrivo all'aeroporto di Ciampino, su un jet militare, alle 23, 15 di ieri sera.

SEQUESTRO PER FINANZIAMENTO

   Poco si sa sull'identità dei sequestratori. Il caporedattore del giornale kuwaitiano Al Rai Al Aam, Jassim Boodai è convinto che si tratti di «un gruppo politico locale il cui scopo era il pagamento di un riscatto per finanziare la guerriglia». La richiesta all'Italia di concedere la «possibilità di curarsi a Roma per un gruppo di malati iracheni» rientrava invece, con ogni probabilità, in una strategia mirante a legittimarsi presso la popolazione irachena. A gestire il sequestro sarebbe stato, secondo il gironale, un gruppo politico baathista, ma non estremista, «senza un nome preciso ma costituito da soli iracheni contrari all'occupazione americana». Secondo Jassim Boodai, per ottenere la liberazione delle ragazze, è stato pagato «mezzo milione di dollari ieri l'altro e mezzo milione di dollari ieri». Particolare che Frattini e Scelli hanno negato con forza (vedi scheda). Il giornale kuwaitiano sostiene anche che il gruppo dei mediatori che ha consentito la liberazione dei quattro ostaggi fosse composto da capi tribù moderati che hanno fatto sapere le richieste dei rapitori. Ma sui mediatori le voci si rincorrono e si smentiscono velocemente.

RAPITORI, PRIMA OSTILI, POI COLLABORATIVI

   Le due ragazze, interrogate dal procuratore capo del pool antiterrorismo di Roma, hanno fornito qualche particolare sull'atteggiamento dei rapitori. Che sarebbe cambiato quando si sono accorti che le due ragazze erano veramente delle volontarie. E non spie: «Eravamo sempre bendate e non abbiamo mai visto in faccia i nostri rapitori. All'inizio erano ostili, pensavano fossimo agenti segreti. Quando hanno capito che non era così, sono diventati più gentili». Qui il racconto di Torretta, che ha ribadito di voler continuare il proprio lavoro e ha esortato tutti a non dimenticare le sofferenze del popolo iracheno, si fa fitto. I rapitori sono descritti come «religiosi che ci hanno insegnato i principi dell'Islam. Ci hanno regalato dieci volumi con la spiegazione e la traduzione del Corano in inglese. E alla fine si sono scusati». Su che cosa abbia detto loro invece il presidente del Consiglio, quando sono arrivate a Ciampino, la cooperante ha spiegato: «Ci ha detto: 'Sono stato molto in pensiero per voi'. Ci siamo in realtà scambiati poche parole perché poi, ho subito abbracciato mia madre».

IL RACCONTO DEGLI ALTRI DUE IRACHENI

   Anche Mahnaz Bassam, la cooperatrice di Un Ponte per... rapita con le due italiane il 7 settembre, coincide con quello delle italiane. Nei primi gfiorni è stata bendata e tenuta segregata, in disparte anche dal suo collega iracheno Raed Ali Abdul Aziz. Il quale ha rivelato un particolare interessante: «Pensavano fossi italiano. E i primi tre giorni sono stati i peggiori. Interrogatori continui, sospetti... Dicevano che, se fossero state uccise le ragazze, avrei subito la loro sorte».
Per qualche giorno i quattro ostaggi sono sono stati insieme, ma per la maggior parte del tempo, i due iracheni e le italiane sono state tenuti in luoghi diversi. «L'impressione è che fossero musulmani osservanti, iracheni. Mi hanno lasciata pregare», ha detto Mahnaz.

   Anche lei - come Simona Pari e Simona Torretta - ha rivelato di essere stata trattata con rispetto, soprattutto dopo che i sequestratori si sono accorti che non erano degli agenti segreti.

   Il diverso atteggiamento dei rapitori, all'inizio ostile, poi più collaborativo, conferma l'importanza degli appelli inviati ripetutamente dai musulmani e dalle organizzazione islamiche irachene ai sequestratori. Il video di Un Ponte per..., trasmesso da Al Jazeera dopo il sequestro, che descriveva le attività umanitarie e pacifiste dei quattro ostaggi, avrebbe contribuito ad ammorbidire i sequestratori.

SCATOLA DI DOLCI E CARAMELLE

   «Al momento del rilascio i sequestratori hanno salutato le due ragazze, regalando loro una scatola di dolci e caramelle» , ha dichiarato il commissario della Croce Rossa Maurizio Scelli, tra coloro che sono andati a prendere le ragazze, velate, dopo il rilascio.

   La scatola di dolci, che appare anche nel video trasmesso ieri sera da Al Jazeera dopo il rilascio, è stata poi portata in Italia da Simona Torretta. Scelli ha confermato che le ragazze sono state trattate «benissimo». Anche i vestiti che indossavano ieri sera erano stati forniti dai sequestratori, ha aggiunto. Sembrerebbe confermata l'indiscrezione fatta filtrare ieri da Baghdad secondo cui sono state prigioniere sempre nello stesso luogo, probabilmente a Baghdad.

I GIORNI DELL'ESECUZIONE VIA WEB

   Il commissario della Croce Rossa ha cercato di spiegare ai Pm le modalità del rilascio: «Tutti sono andati via, noi siamo rimasti - ha dichiarato Scelli - e abbiamo messo sul piatto il nostro impegno in Iraq». Il capo della Cri, che nel giugno scorso è stato un personaggio chiave del rilascio di Agliana, Cupertino, Stefio, ha rivelato ai Pm che, durante i ventuno giorni del sequestro, alle due volontarie italiane sono mancate soprattutto la televisione e la musica. E che hanno avuto paura soltanto poco prima della notizia apparsa su un sito internet che riferiva della loro morte. Probabilmente, ha spiegato Scelli, giorni prima dovevano aver avuto qualche avvisaglia di quel macabro annuncio. Annuncio che ora gli investigatori interpretano come una maniera utilizzata da qualche banda jihadista per fare pressione sui sequestratori affinché procedessero all'eliminazione dei quattro ostaggi.

DAI RAPITORI UNA SCATOLA DI DOLCI
Il commissario della Cri ha anche spiegato che le modalità adottate per il rilascio sono state analoghe a quelle per la liberazione dei tre body guard Umberto Cupertino, Maurizio Agliana e Salvatore Stefio. Con la differenza che allora, nella casa dove gli ostaggi erano stati rilasciati, fu inscenato un mezzo blitz dal commando americano che aveva intercettato la telefonata chiave di Scelli: quella in cui veniva informato dell'indirizzo dove potevano essere prelevati i tre italiani.

(© Panorama)


SCELLI: NON PARLATE DI RISCATTO
«Non è vero che siamo stati gli intermediari. Parlando di soldi pagati, mettete a rischio la vita di 25 persone che lavorano con me».

«Non voglio sentire parlare di riscatto. Questo discorso mi mette in condizione di perdere la neutralità. E' un discorso che non voglio sia toccato perché è un attentato alla vita di 25 persone che stanno curando 300 persone al giorno, oltre che alla mia persona». Così Maurizio Scelli, commissario della Croce Rossa Italiana, ha risposto ai giornalisti, dopo essere stato ascoltato dai magistrati della Procura di Roma, che chiedevano notizie sul riscatto pagato per la liberazione di Simona Torretta e Simona Pari.

«IL GIORNALE KUWAITIANO HA SCRITTO STUPIDAGGINI»
A chi faceva notare che il giornale kuwaitiano ha più volte parlato del pagamento di un riscatto, Scelli ha risposto: «Mi pare che il giornale del Kuwait abbia detto una serie di stupidaggini che alla fine non si sono rivelate vere. E' troppo facile dire entro venerdì ci sarà la liberazione: allora tutto è casuale. Noi - ha aggiunto - abbiamo documentato tutta una serie di attività, fatti e contatti. La Cri è rimasta a Baghdad quando tutti se ne sono andati soprattutto all'indomani del rapimento delle due Simone e ha veramente al rischio di vita le 25 persone ed il sottoscritto, sul quale poteva anche evidentemente poteva esserci un certo interesse a farmi fare una certa fine, essendo un bocconcino prelibato».

NEUTRALITA' DELLA CRI
«La Cri - ha poi detto - e' un ente pubblico ed è neutrale, non puo' permettersi di dare 100 lire che non siano documentate». Ma se il pagamento fosse stato fatto da altri? «Scusate - ha risposto Scelli - e chi le ha portate a casa le ragazze?».
Il commissario ha quindi invitato i giornalisti a guardare i piani di volo: «Sono partito da Ciampino ieri mattina alle 5.45, con un appuntamento prefissato. Siamo rientrati alle 23.15, dopo otto ore in cui siamo stati in una stanza ad attendere che ci venissero consegnati i quattro ostaggi a fronte di un impegno a restare nonostante ci sia il rischio di rapimento per un occidentale, soprattutto italiano, e di un potenziamento della nostra attività. A fronte cioé di un sostegno ribadito alla popolazione venuto meno da una scelta delle ong che, ovviamente, hanno paura che possa accadere qualche cosa».

(© Panorama)

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