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Companheiros na
rede da seleção, André Heller (e) e Gustavo são rivais no
Italiano |
Luciana de Oliveira
Em São Paulo
Menos de um mês após conquistar
o ouro nas Olimpíadas, a seleção brasileira masculina de vôlei volta às
quadras. Mas não do mesmo lado da quadra. Distribuídos pela Itália, os
jogadores que formam um grupo coeso e quase imbatível sob a batuta de
Bernardinho tentam ser destaques individuais da liga nacional mais forte
do mundo.
O Campeonato Italiano começa
neste domingo, com a participação de oito dos 12 campeões olímpicos
espalhados em cinco clubes. Só um titular, André Nascimento, não
participa da liga -ele continua atuando no Brasil.
Absolutos quando jogam juntos, os brasileiros têm a missão de fazer
valer a fama de vencedores com novos companheiros e apagar os
desempenhos tímidos da última temporada do Italiano.
Em 2003-04, só dois atletas da seleção chegaram à fase final com seus
times: Gustavo (Latina) e Giba (Cuneo). O Macerata, de Nalbert, também
avançou, mas antes do playoff o ponta sofreu a grave contusão no ombro
esquerdo que o tirou do campeonato e quase o deixou de fora das
Olimpíadas. Por conta disto, apesar do Macerata ter chegado às
semifinais, nenhum jogador do Brasil foi além das quartas.
Nas estatísticas, só os centrais Gustavo e Rodrigão ficaram entre os top
10 nos rankings dos fundamentos. Gustavo foi o oitavo melhor no
bloqueio. Rodrigão foi o terceiro mais eficiente em ataques de meio -com
o rebaixamento de sua equipe, o Ferrara, optou por voltar a jogar no
Brasil.
Primeira temporada
Quatro dos oito campeões olímpicos são estreantes no campeonato:
Ricardinho, André Heller, Anderson e Escadinha, que será o primeiro
líbero estrangeiro na história da liga.
Os empresários italianos apostaram neles antes do ouro. Todos os
contratos foram fechados durante a Liga Mundial, também vencida pelo
time de Bernardinho, em cima justamente da Itália.
Além dos campeões olímpicos, outros quatro brasileiros participam do
campeonato. Henrique, último a ser cortado na definição da equipe
olímpica, foi contratado pelo Latina para a vaga de Gustavo, que se
transferiu para o atual campeão, o Treviso.
Os demais atletas do Brasil são o veterano Toaldo, ex-seleção; Renato
Felizardo, que treinou com a equipe de Bernardinho para a última Liga
Mundial, e Luiz Felipe Xupita, vice-campeão mundial com a seleção
juvenil.
Confronto de colegas é adiado
Nesta primeira rodada, os integrantes da seleção olímpica escapam do
confronto direto. O Treviso, de Gustavo, enfrenta o Verona. O Trentino,
de Heller, pega o Perugia. O Cuneo, de Giba, enfrenta o Taranto; o
Piacenza, de Escadinha e Anderson, joga com o Montichiari.
Maurício defenderá o Macerata e joga contra o Valentia, de Felizardo. O
Modena, de Ricardinho, Dante e Xupita, tem pela frente o Latina, de
Henrique. E o Del Colle, de Toaldo, pega o Padova.
O campeonato funciona nos moldes da Superliga -na verdade foi o Brasil
que "importou" o método italiano. Serão disputados dois turnos, entre
setembro deste ano e maio de 2005. As oito melhores equipes se
classificam para o playoff final, com as semifinais e finais decididas
em melhor de cinco jogos.
(©
UOL Esporte)
Excluído ofuscou atletas
da seleção na temporada passada
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Defendendo o Montichiari, Joel foi
o melhor nas estatísticas de saque |
Luciana de Oliveira
Em São Paulo
Nem Giba, nem Nalbert. As estrelas da seleção brasileira foram
ofuscadas por Joel na temporada passada do Campeonato Italiano. O
atacante, ex-seleção, defendeu o Montichiari e foi o mais eficiente no
saque e o oitavo no ranking dos maiores pontuadores.
Posteriormente, Joel foi convocado por Bernardinho para os
treinos visando à Liga Mundial deste ano, mas acabou cortado do grupo
dos 16 inscritos no campeonato. Nesta temporada jogará no vôlei japonês.
Nas estatísticas por fundamento,
o desempenho dos atletas da seleção foi tímido, exceto pelo terceiro
lugar de Rodrigão no ranking de ataques de meio.
Apesar do bom desempenho, Rodrigão não conseguiu ajudar o Ferrara
a evitar o rebaixamento. Desistiu de seguir na Europa e voltou para casa
-agora defende o Suzano.
Gustavo foi o oitavo melhor no
bloqueio. Pelo seu desempenho com o Latina e com a camisa brasileira,
foi contratado pelo atual campeão, o Treviso.
No ranking geral de ataque, Giba
foi o campeão olímpico mais bem colocado na última temporada, 16º, mesma
posição que ocupou na lista dos maiores pontuadores. Eleito melhor
atacante das Olimpíadas, ele agora carrega a responsabilidade de subir
nas estatísticas e ajudar o Cuneo a brigar por uma vaga no pódio.
(©
UOL Esporte)
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