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Obra de Emmanuel
Babled |
Maior exposição do gênero reúne trabalhos de
profissionais de 33 países e espera receber 120 mil visitantes
ALAN RIDING
DO "NEW YORK TIMES"
As portas da Bienal deste ano
se abriram às multidões de entusiastas curiosos para compartilhar um
pouco do frisson gerado ao longo dos últimos dez anos por mais de 20
arquitetos internacionais de grande renome, incluindo Frank Gehry e
Daniel Libeskind, Rem Koolhaas e Jean Nouvel. A idéia de que a
arquitetura é arte provavelmente é mais amplamente aceita hoje do que
foi em qualquer momento da memória recente.
Para o acadêmico suíço Kurt W.
Forster, diretor da Bienal de Arquitetura, o principal objetivo da
grande exposição é alcançar um público maior. Forster espera receber até
120 mil visitantes até o encerramento da Bienal, em 7 de novembro.
Trinta e três países estão com
mostras próprias, a maioria em pavilhões nacionais permanentes usados em
anos alternados para a Bienal de Arte de Veneza. Limitadas pelo espaço,
essas exposições de arquitetura muitas vezes focalizam mais uma idéia do
que arquitetos individuais.
Mas o principal desafio de
Forster foi criar um contexto conceitual dentro do qual pudesse situar
alguns dos melhores designs e experimentos mundiais. Por esse motivo,
ele optou por intitular essa bienal "Metamorph". Para ele, o título
destaca as mudanças na arquitetura, que, afirma, "assumiram profundidade
e amplitude tão grandes que sugerem o advento de uma nova era".
Para "Metamorph", o Arsenale
foi dividido em cinco seções, cada uma tentando conferir sentido às
centenas de modelos que preenchem o espaço de 250 metros de extensão. A
primeira seção, "Transformações", trata de modernizações (algumas já
realizadas, outras, não) de edifícios e estruturas já existentes.
"Topografia", a segunda seção,
ilustra as novas possibilidades de uso da informática para criar
desenhos que coloquem frente a frente características geológicas ou
históricas distintas.
Uma terceira seção,
"Superfícies", explora não apenas formas mas também os novos materiais
que estão sendo usados para cobrir edifícios, ilustrados, na exposição,
pela ilha artificial de Mur, criada pelo Acconci Studio em Graz, na
Áustria.
Uma quarta seção, "Atmosfera",
analisa edifícios, nas palavras de Forster, "como organismos vivos, em
lugar de objetos fixos". A seção final é dedicada a "Hiperprojetos".
Inevitavelmente, então, são
usadas palavras para explicar edifícios e idéias. Entretanto, a
linguagem utilizada com freqüência é obscura. Numa parede do pavilhão
brasileiro se lê: "A arquitetura consciente não é definida pelo perfil
social de seu usuário, mas pela praxis ética-social do arquiteto". No
pavilhão belga, vemos: "Assim, o corpo físico, com seus ritmos
específicos, determina os ritmos do corpo social da cidade e gera as
redes relacionais através das quais é moldado o espaço urbano".
Para tornar as coisas mais
amigáveis, Forster usou parte do pavilhão italiano para criar "uma
experiência sensória real daquilo que a arquitetura pode ser",
convidando uma dúzia de arquitetos e fotógrafos para montar instalações
originais.
Possivelmente a seção mais
visitada é a dedicada a 40 salas de concertos, começando pelo desenho
inovador criado por Hans Scharoun nos anos 1950 para o teatro da
Filarmônica de Berlim.
Como os museus, as salas de
concerto continuam a atrair os arquitetos mais famosos, como atestam a
sala de concertos de Copenhague projetada por Jean Nouvel, o projeto de
Portzamparc da Cidade da Música no Rio de Janeiro, o teatro de ópera de
Dominique Perrault em São Petersburgo e a Sage Gateshead, de Norman
Foster, no Reino Unido, entre os teatros que se encontram em fase de
construção. Uma sala inteira é dedicada ao novo Walt Disney Concert
Hall, de Frank Gehry, em Los Angeles.
Numa Bienal criada para
celebrar a arquitetura, talvez não seja surpreendente que pouco espaço
tenha sido dedicado à discussão da responsabilidade mais ampla dos
arquitetos.
Para Forster, a idéia antes
popular defendida por Le Corbusier do arquiteto como "médico itinerante"
que soluciona males sociais e urbanos já não faz sentido. "Não se pode
culpar o arquiteto por coisas que são responsabilidade dos clientes",
disse ele. "Tudo depende de o quê o cliente desafia o arquiteto a
fazer."
Tradução de Clara Allain
(©
Folha de S. Paulo)
Veneza assiste maior
retrospectiva de obras de Salvador Dalí
Da AFP
A maior
retrospectiva européia das obras do pintor surrealista Salvador Dalí, em
ocasião do centenário de nascimento do gênio catalão, foi inaugurada
em Veneza, pelo rei Juan Carlos e pela rainha Sofia, da Espanha.
Mais de 300
obras, trazidas de 130 coleções, museus e instituições de vários países,
entre eles Brasil, Alemanha, Bélgica, Canadá, Vaticano, Espanha, França,
Estados Unidos e México estarão expostas no Palazzo Grassi, às margens
do Grande Canal.
Organizada pela especialista
em arte moderna Dawn Adfes em colaboração com a Fundação Gala Salvador
Dalí, a exposição propõe uma viagem regressiva no tempo na obra
gigantesca do artista, a começar pela tela ‘La cola de la golondrina’,
pintada antes de sua morte, em 1989, e terminando com os desenhos feitos
na infância.
A exposição
foi aberta ao público em 12 de setembro.
Dividida em trinta e seis
salas, num espaço de quatro mil metros quadrados, a exposição começa com
uma enorme montagem tridimensional com cinco telas brancas de 10 metros
quadrados, onde aparece em destaque um tigre voador, inspirada numa das
obras de Dalí e concebida pelo mago das máscaras venezianas, Guerrino
Lovato.
A retrospectiva também faz uma
viagem por vinte seções temáticas, que ilustram os próprios fantasmas do
artista, seus delírios e paranóias, sua relação com a figura do Cristo e
da Virgem, bem como com Gala, sua musa inspiradora, amante, esposa e
companheira.
(©
Diáro Online)
Brasil mostra sua metamorfose na Bienal
de Veneza
Pavilhão do país é representado no evento
por 24 projetos sobre o tema da mudança
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
O pavilhão
brasileiro da Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano
foi inaugurado sem a controvérsia que marcou a
presença do país na última edição do evento, quando a exibição de
imagens de favelas gerou críticas internas sobre como o Brasil seria
visto pelos visitantes.
Sete escritórios
e um total de 24 projetos ocuparão o espaço brasileiro em Veneza. O
conjunto foi escolhido para adaptar a contornos brasileiros o tema
central desta edição da Bienal, "Metamorfoses". O mote diz respeito à
idéia da relação entre a arquitetura e as mudanças na sociedade.
De acordo com um
dos curadores do pavilhão brasileiro, Jacopo Crivelli Visconti, diante
da abrangência deste eixo, investiu-se em três leituras: a cronológica,
a conceitual e a da metamorfose propriamente dita, exemplificada em
projetos de revitalização.
Para a primeira,
que registra transformações na arquitetura brasileira nos últimos 50
anos, Visconti afirma que foi selecionado um conjunto de projetos do
escritório Aflalo e Gasperini, fundado há mais de 40 anos e responsável
pelo desenho do prédio do Tribunal de Contas de São Paulo (1971), da
casa de shows Credicard Hall (1998) e da reurbanização da área do
complexo penitenciário do Carandiru (1999-2004).
A leitura
conceitual é representada pelo trabalho do arquiteto mineiro Carlos M.
Teixeira, cuja série "Amnésias Topográficas" lida com o conceito de
palafitas em prédios de um bairro montanhoso de Belo Horizonte.
Projetos como os
do Espaço Cultural dos Correios e do edifício São Vito, ambos em São
Paulo, serão mostrados como idéias para a recuperação de construções e
entornos que se encontravam degradados.
Fora do pavilhão,
porém, a Bienal de Veneza não verá trabalhos de arquitetos brasileiros e
só terá do país o projeto da Cidade da Música no Rio de Janeiro,
concebido pelo francês Christian de Portzamparc. Visconti diz que a
Bienal deste ano se orientou por uma direção tecnológica, em que são
apresentadas propostas que fazem uso de recursos de computação gráfica e
programas originalmente empregados por áreas como a aeronáutica.
Vertentes, afirma o curador, distantes do que atualmente é feito no
Brasil.
Mitologia e ciência
A Bienal de
Veneza terá em sua nona edição cerca de 200 projetos realizados por 140
escritórios de arquitetura de mais de 40 países. A direção do evento
neste ano é do suíço Kurt W. Forster, que afirmou ao jornal espanhol "El
País" que o conceito de metamorfoses está baseado em duas raízes, a
mitológica e a científica, esta última relacionada à criação e emprego
de novas substâncias e às variações dos materiais de construção.
Dois módulos
principais compõem o evento: a Corderie, reservada para trabalhos que
transformaram a arquitetura a partir dos anos 70 até as mais recentes
tendências, e o pavilhão italiano, que mostra como a arquitetura teve de
se modificar para acompanhar o desenvolvimento da sociedade.
(©
Folha de S. Paulo)
Obras de Andy Warhol
ganham mostra em Milão
Cerca de 200 obras do artista
que transformava objetos comuns, como latas de sopa, em arte estão
expostas na Itália
Milão
- Cerca de 200 obras do artista
norte-americano Andy Warhol, falecido em 1987, estão em exposição em
Milão até 9 de janeiro. The Andy Warhol Show, que começou hoje, é
umas das maiores mostras sobre o pai da Pop Art sediada na Itália nos
últimos tempos, segundo os organizadores. Serão exibidos ao público
croquis, pinturas, desenhos de moda e capas do artista publicadas na
revista Interview, fundada por ele em 1969.
Warhol, nascido em 1928,
desenvolveu suas habilidades artísticas em sua cidade natal, Pittsburgh,
nos Estados Unidos. Nos anos 60, foi o precursor do movimento chamado
Pop Art (ou arte popular), que transformava objetos comuns em arte, como
notas de dólares e latas de sopa. As obras em exposição são dos acervos
das fundações Andy Warhol de Pittusburg e Nova York e de colecionadores
privados. (AE
-AP)
(©
estadao.com.br)
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