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Sandra Millo em "Julieta dos Espíritos", de Federico Fellini |
O cineasta italiano Federico Fellini é tema de uma grande mostra
retrospectiva, com 20 longas-metragens e dois episódios de filmes que
Fellini dividiu com outros diretores: "Le Tentazioni del Dottore
Antonio", episódio de "Boccaccio '70" (1962), e "Toby Dammit", episódio
de "Histórias Extraordinárias" (1968).
A mostra "Figúrati -
Retrospectiva Federico Fellini" acontece no Centro Cultural Banco do
Brasil, em São Paulo, até 3 de outubro. De 27/9 a 29/10, os filmes
estarão em cartaz no CINUSP/Paulo Emílio, na USP.
Entre os filmes exibidos, a
maioria em película, estão as obras-primas "A Doce Vida" (1960) e
"Amarcord" (1973), além do filme mais aintigo do diretor, "Mulheres e
Luzes" (1950, co-dirigido com Alberto Lattuada), e o último, "A Voz da
Lua" (1990).
Completam a mostra os filmes "Os
Boas-vidas" (1953), "A Estrada da Vida" (1954), "Noites de Cabíria"
(1957), "Satyricon" (1969), "Os Palhaços" (1970), "Roma" (1972),
"Casanova" (1976), "Ensaio de Orquestra" (1979), "Ginger e Fred" (1985)
e "Entrevista" (1987).
"A Trapaça" (1955), "Oito e Meio"
(1963), "Julieta dos Espíritos" (1965), "A Cidade das Mulheres" (1980) e
"E la Nave Và" (1983) são exibidos em vídeo.
Na abertura da mostra, houve
um debate no CCBB, com o crítico Ismail Xavier, que falou
sobre o "eixo Fellini-Chaplin" e do papel da arte na condução da vida
segundo o diretor italiano, e Mariarosaria Fabris, doutora em Cinema
pela ECA, que discorreu a respeito da figura
do diretor em alguns filmes e a direção de atores.
(©
UOL Cinema)
Como Federico
Fellini impulsionou a carreira de Walter Salles no cinema
Não fosse por
Fellini, talvez Walter Salles não tivesse se tornado cineasta. Ao menos
é o que o próprio diretor brasileiro conta em entrevista ao jornal
americano “The New York Times”, publicada no último domingo.
— Quando a abertura democrática
chegou à TV brasileira em meados da década de 1980, eu fazia programas
para ela — conta Salles, lembrando os documentários que fez em todo o
mundo, para o Brasil. — Quando entrevistei Federico Fellini na Itália,
ele me perguntou: “Você gosta de trabalhar na TV?”. Eu respondi:
“Sinceramente, não”. Ele me disse para abandonar a televisão. E foi o
que eu fiz.
A entrevista com Salles no jornal
americano promove o lançamento de “Diários de motocicleta” em Nova York,
marcado para sexta-feira, dia 24. No papo com a jornalista Lynn
Hirschberg, o diretor justifica a vontade de realizar o filme afirmando
que o livro “Diários de motocicleta” — narrativa da viagem de Che
Guevara e seu amigo Alberto Granado da Argentina ao Peru, no início dos
anos 50 — é um cult na América Latina.
— A viagem que Guevara começou
aos 23 anos, como uma aventura, ganhou em gravidade. E mudou quem eles
iriam se tornar — diz Salles, que explica ainda sua atração por road
movies como “Central do Brasil”, de 1998. — Eles ajudam você a
captar um país em transformação. Com “Diários”, eu percebi que o filme,
como o livro fez, tinha que abrir suas margens para a estrada, para o
inesperado.
Chamado de nômade pela
jornalista, o diretor brasileiro conta que nos últimos dois anos tem
vivido entre aviões e quartos de hotel, embora sua casa fique mesmo no
Rio.
Salles evita comparar-se a colegas como Alfonso Cuarón
Além de “Diários”, Walter Salles
também falou sobre o que o levou a fazer “Dark water”, filme de terror
que está finalizando para a Disney.
— Filmes de terror ajudam a
explicar um estado de abandono e medo urbano. Sou fascinado pela
história do medo como ferramenta política. Ao longo de eras, o temor tem
sido usado como instrumento de controle — avalia.
Salles evita a comparação da
jornalista americana com outros diretores latino-americanos que têm
feito carreira em Hollywood, como Alfonso Cuarón e Alejandro Gonzalez
Iñarritú, lembrando que seu próximo trabalho é um filme pequeno, sobre
quatro irmãos que vivem na periferia de São Paulo. Segundo ele, o longa
será outro road movie .
— Vivemos num continente ainda
cheio de histórias para contar. Através de Hollywood, de repente temos a
chance de alcançar um público maior. Quando você é um diretor
latino-americano, pode ficar curioso e fazer uma tentativa. Mas sempre
estando certo de ter uma passagem de volta.
(© O Globo)
Festival de Cinema de
Tribeca exibirá filmes em Milão
Peter Kiefer/Reuters
ROMA (Hollywood Reporter) - Os
organizadores do Festival de Cinema de Tribeca, em Nova York, disseram
que irão compartilhar seis filmes de sua última seleção na primeira
parceria entre o evento e a Fundação Prada, em Milão.
Os longas-metragens serão
exibidos em Milão durante um evento de cinco dias que acontecerá de 12 a
16 de outubro.
Os co-fundadores do Tribeca,
Robert De Niro e Jane Rosenthal, são esperados para a noite de
encerramento.
Os filmes selecionados são os
documentários "Lipstick & Dynamite, Piss and Vinegar: The First Ladies
of Wrestling", dirigido por Ruth Leitman, "The Beauty Academy of Kabul",
de Liz Mermin, e "Arna's Children", de Juliano Mer Khamis e Danniel
Danniel.
Os outros trabalhos
confirmados são "Killer Diller", de Tricia Brock, "The Green Hat", de
Liu Fen Dou, e "A Touch of Spice", de Tassos Boulmetis.
"Stage Beauty", de Richard
Eyre, terá uma exibição especial para fechar o evento do Tribeca em
Milão. Os organizadores esperam repetir o evento anualmente. Neste ano,
o Festival de Cinema de Tribeca foi de 1 a 9 de maio.
(©
UOL Cinema)
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