A estrela de filmes como
Ontem, Hoje e Amanhã e Ouro de Nápoles, faz 70 anos e prova
que beleza não tem idade
Lola Felix
São
Paulo - A atriz italiana Sophia Loren faz
70 anos e prova que beleza não tem idade. Mesmo que atualmente a atriz
pareça apenas uma avó bonitona e bem conservada, quem assistiu a filmes
estrelados por ela sabe que, quando surgiu no cinema, em 1952, a atriz
não era apenas uma moça bronzeada, com pernas, seios e lábios que não
acabavam mais. Sophia trazia no rosto - e, principalmente, no corpo - a
malícia e esperteza da bela ´ragazza´ que cresceu nas ruas.
Com a mãe, Sophia experimentou
o cinema por alguns dias, em 1951, como extra nas filmagens de Quo
Vadis (de Melvin Le Roy). Depois, participou de alguns fumetti -
versão italiana das fotonovelas românticas e canastronas - com o nome de
Sophia Lazzaro.
Sua beleza foi descoberta em
um concurso de Miss Roma, quando estava na platéia. Um dos jurados, o
diretor Carlo Ponti - que mais tarde se tornaria seu marido -, a
convidou para participar do Miss Roma. E ela ficou em segundo lugar.
No primeiro filme como
personagem principal, Africa Sotto I Mari, de 1953, entrou com o
nome alterado pelo diretor Giovanni Riccardi. De Sofia Scicolone, seu
nome de batismo, passou a se chamar Sophia Loren - inspirado pelo nome
de uma atriz nórdica. O filme foi um fracasso, mas o rosto da atriz
chamou a atenção.
Em 1954, o diretor Vittorio De
Sica deu a Sophia um papel em Ouro de Nápoles porque viu na atriz
uma espécie de ´animal selvagem, com fogo nas entranhas´. O papel de
napolitana explosiva e sensual enfeitiçou o público de tal maneira que
ela viria a repeti-lo outras vezes durante a carreira. Sophia foi para
Hollywood em 1957 para atuar no papel de uma espanhola em Orgulho e
Paixão, de Stanley Kramer. No filme, contracenou com Frank Sinatra e
Cary Grant - o último, segundo a própria atriz, implorou a ela para que
se casasse com ele. Mas nesta época Sophia já estava envolvida com Carlo
Ponti, casado e 24 anos mais velho.
Foi o trabalho na Itália, e
não em Hollywood, que consagrou a atriz. Em 1960, aos 26 anos, fez o
papel de uma mãe no filme Duas Mulheres, de Vittorio de Sica. A
personagem rendeu-lhe o prêmio de melhor atriz em Cannes e um Oscar. O
segundo Oscar viria em 91 pelo conjunto de sua obra.
Sophia dividia momentos de
brilho nas telas com escândalos na vida real. Entre seus bons momentos,
estão os filmes dirigidos por Vittorio De Sica. "E que atriz não seria
grande se fosse dirigida por ele?", indagou Sophia num momento de falsa
modéstia. Outra parceria fértil aconteceu com o ator Marcello
Mastroianni - muita gente se lembra até hoje da química entre os dois em
filmes como Ontem, Hoje e Amanhã e Matrimônio à Italiana.
O último trabalho que fizeram juntos foi Pret-à-Porter (94), do
americano Robert Altman. Hoje, 52 anos após sua estréia, não há estrela
italiana que se iguale em popularidade à bela Sophia.
(©
estadao.com.br)
Sophia Loren
celebra com alegria os 70 anos
Diva do cinema italiano tem programado para o ano que vem o
lançamento de novo filme e não se furta em aparecer em público
demonstrando amor pela vida
A diva do cinema italiano Sophia Loren celebra, em grande
estilo, seu aniversário de 70 anos, marcados por sua beleza
estonteante e por sua vitalidade. A fama de mulher do povo bela e
desinibida, que passou sua infância nos bairros pobres de Nápoles,
eternizados em filmes clássicos dos anos 50 e 60, ultrapassou
fronteiras, tornando-a a primeira atriz italiana a se impor na meca do
cinema, Hollywood, onde ganhou dois Oscars.
Com suas longas pernas, busto exuberante e grande sorriso, Sophia
Loren fica um aninho mais velha em excelente forma. “Como podem ver,
me sinto bem e estou bem”, admitiu este mês durante a cerimônia de
encerramento do Festival de Veneza, do foi madrinha de honra.
Apesar de dizer que odeia comemorar seu aniversário, Loren concedeu
várias entrevistas desta vez, ao contrário da francesa Brigitte
Bardot, outro mito do cinema que na semana passada comemorou sete
décadas na maior discrição.
Em 2005, está prevista a estréia o mais recente filme de Sophia,
dirigido por Lina Wertmueller, Peperoni fritti e pesci in faccia,
um título que lembra outra das paixões da atriz: cozinhar. “Quando
éramos crianças, meu sonho era poder comprar tudo o que queria e
cozinhar para todos”, revelou em entrevista ao jornal Il Corriere
della Sera, na qual fez um balanço de sua vida e dos 50 anos de
carreira.
Depois de ter protagonizado mais de 100 filmes, entre eles alguns
memoráveis como Duas Mulheres (La ciociara, 1960), de
Vittorio de Sica, que lhe valeu o Oscar de Melhor Atriz, e Um Dia
Muito Especial (1977), de Ettore Scola, no qual fez par com
Marcello Mastroiani, vivendo um casal na época do fascismo, a diva se
consagrou como estrela de primeiro escalão.
“Somente uma disciplina ferrenha pode retardar o envelhecimento.
Para continuarmos belos temos que fazer muitos esforços, levar uma
vida saudável. Me deito sempre cedo porque o sono antes da meia-noite
é o mais importante”, destacou a atriz, que nunca quis confirmar o
recurso freqüente do bisturi, que lhe permitiria continuar a exibir
profundos decotes.
Sophia, que confessou recentemente não saber fazer outra coisa que
não seja cinema – “Tenho isso no sangue, é uma paixão que se repete a
cada filme” – não esquece da sua infância difícil no bairro pobre de
Pozzuoli, nos arredores de Nápoles, onde sua mãe, Romilda, “matava um
leão por dia para manter as duas filhas”, Sophia e Maria.
Sofia Scicolone, seu verdadeiro nome, chegou a Roma ao 15 anos em
busca da sorte no cinema, acompanhada de sua inseparável mãe. Depois
de ficar famosa em fotonovelas e fazer cursos de teatro, aceitou
pequenos papéis em diferentes filmes, incluindo Quo Vadis, em
1950.
O poderoso produtor italiano Carlo Ponti, atualmente com 91 anos, o
homem com o qual se casou mais tarde, fê-la assinar um contrato de
sete anos, durante os quais protagonizou os maiores sucessos da
carreira, como O Ouro de Nápoles (1954), de De Sica, no qual
interpreta uma famosa pizzaiola, e La bella Campesina (1955),
de Mario Camerini.
“Não me deram nada de graça, tive que suar para conseguir tudo que
obtive na vida pública como na privada”, disse Loren, que deve boa
parte de sua carreira ao único marido, Carlo Ponti, com o qual só
casaria nos anos 70, quando o divórcio dele foi aceito. A estrela
italiana, que tem dois filhos, Carlo e Edoardo, leva vida agitada e
está sempre nos desfiles de Armani e Valentino.
(© JC Online)
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