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Robert de Niro, na
foto com Nelson Mandela |
O Festival de Cinema Tribeca
de Nova York, organizado pelo ator Robert De Niro, após os ataques
terroristas de 11 de setembro de 2001, terá edição na Itália em outubro
Milão,
Itália - O Festival de Cinema Tribeca,
organizado pelo ator Robert De Niro, está se expandindo para fora de
Nova York, com a primeira projeção de um filme marcada para outubro em
Milão, na Itália, disseram seus organizadores.
O Festival gratuito de cinco
dias, produzido pela Fondazione Prada, vai exibir os principais filmes
da edição passada do Tribeca, que aconteceu em maio. O Festival de
Cinema de Tribeca na Fondazione Prada vai acontecer de 12 a 16 de
outubro, e quer se tornar um evento de crescimento anual.
O festival de Milão vai ter
uma sessão de gala com De Niro e eventos com diretores e atores, segundo
declaração conjunta divulgada pela organização do festival e pela
fundação fundada pelo estilista Miuccia Prada. “Estamos felizes em
colaborar com este festival, na esperança que nossos filmes sejam vistos
pelo maior número possível de pessoas”, disse De Niro.
O Festival de Tribeca de Nova
York foi criado depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de
2001, para ajudar na recuperação econômica de Manhattan. “Nós levamos
mais de 400 mil pessoas de Manhattan para o festival este ano e
esperamos reunir o mesmo número em Milão”, disse a presidente do
festival, Jennifer Maguire. (AP)
(©
estadao.com.br)
Brasil à
milanesa
Guilherme
Aquino
Especial para O GLOBO MILÃO
O ouro das nossas minas e o verde
das nossas matas estão espalhados pelas ruas do centro de Milão. A
capital da moda está vestida com as cores da bandeira brasileira neste
verão europeu. Nem o marqueteiro mais antenado do governo seria capaz de
criar uma jogada de publicidade tão eficiente para a imagem do país. E
até os estilistas mais conceituados estão doentes com a febre
verde-e-amarela. As vitrines das grandes grifes não têm as peças que
cobrem os corpos dos italianos e das italianas nesses dias ensolarados.
Novo romance de semiólogo revela amor de juventude que viajou para o
Brasil
Em compensação, as etiquetas
intermediárias, com preços mais acessíveis e sem compromisso de
apresentar uma coleção prêt-à-porter hoje, exibida no ano passado, estão
dando um banho na concorrência. As lojas menores podem manobrar com mais
velocidade os estoques e principalmente a criação. São peças de corte
simples, de linho ou algodão, nada muito sofisticado, mas de bom gosto.
Até as barracas das feiras livres exibem as peças com destaque.
Os primeiros
sintomas da febre verde-e-amarela foram sentidos no começo da primavera,
durante o Salão Internacional do Móvel, a principal feira mundial de
design. O pavilhão Satélite, que abrigava jovens designers selecionados
de meio planeta, era decorado com as cores nacionais. Depois, o
empurrãozinho veio com a Copa Européia de Futebol, disputada em
Portugal. Mesmo com a ausência do nosso país, por motivos óbvios, a
ligação do jogo à pátria do rei Pelé é quase imediata e ocupa o
inconsciente coletivo dos apaixonados pelo esporte. Resultado: a camisa
da seleção italiana tinha tanta procura quanto a do Brasil, que trazia o
velho emblema da CBF, da Copa de 70. Outro grande impulso,
“involuntário” (sic?!), foi a vitória do galã ítalo-canadense Walter
Nudo em um programa de televisão de grande audiência entre os italianos,
“A ilha dos famosos”, uma espécie de Big Brother versão espaguete. O
parco guarda-roupas dele tinha uma camisa com os dizeres “São Paulo —
Brazil”. E o último sopro de brasilidade veio das páginas finais do
romance recém-lançado do intelectual Umberto Eco, “La misteriosa fiamma
della Regina Loana”. O escritor escolheu o Brasil como o país onde teria
vivido, no resto de seus dias, um amor dos tempos de juventude. Assim, a
tendência explodiu nas ruas e a streetwear tingiu-se de
verde-e-amarelo, de uma hora para outra.
Blusas, camisetas, minissaias,
cintos, bolsas, colares, bonés e tênis estão na ordem do dia. A um
turista qualquer pode até parecer que Milão foi invadida por saudosos
brasileiros patriotas, mas quem usa as roupas, de português não entende
uma palavra. Adolescentes que nunca pisaram na terra de Pindorama
vestem-se da cabeça aos pés como se morassem no bairro da Tijuca, em
dias de Copa do Mundo.
— Gosto muito das cores, próprias
para o verão, e todas as minhas amigas estão usando. Eu nunca fui ao
Brasil mas sei que o povo é muito alegre. Quem sabe um dia não viajo
para lá e compro uma roupa verdadeiramente brasileira? — comenta Manuela
Trioni, de 17 anos.
"Para mim, é quase uma cromoterapia, me bota para cima"
Já os mais crescidinhos
amadurecem o discurso:
— Vocês têm um presidente muito
estimado na Itália, o Lula, têm um jogador maravilhoso como o Kaká no
Milan, e têm uma maneira de viver muito mais aberta, então, acho que é
uma bela homenagem usar uma peça de roupa que remeta a esta sensação boa
que o Brasil passa aqui fora. Para mim é quase como uma cromoterapia, me
bota para cima — diz Elisabetta Grassi, 28, duas visitas ao Brasil nas
costas e malas prontas para a terceira.
As estampas trazem os nomes
Brazil, Brasil, São Paulo, Fortaleza, Ordem e Progresso, Frutta, Seleção
Brasileira de Futebol impressas como se fossem slogans publicitários. A
contaminação das cores nacionais deve durar todo o verão e, pelo visto,
faz bem à saúde.
(©
O Globo)
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