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Juiz italiano condena 11 no caso Parmalat


 

Fausto Tonna

Agências Internacionais

   MILÃO - Um ano e meio depois da quebra de um dos maiores grupos industriais do mundo, um juiz de Milão condenou nesta terça-feira dez ex-executivos da Parmalat e um advogado por irregularidades financeiras, como falsificação de balanços. A falência do maior grupo de alimentos da Itália, em 2003, foi um dos maiores escândalos financeiros da Europa e foi provocada por uma fraude da ordem de 14 bilhões de euros (US$ 17 bilhões).

   Entre os condenados pelo juiz Cesare Tacconi está o ex-diretor financeiro da empresa, Fausto Tonna - um dos colaboradores mais próximos do fundador da Parmalat, Calisto Tanzi - que foi sentenciado a dois anos e meio de prisão, mas já passou vários meses detido em 2004.

   O advogado Gian Paolo Zini foi condenado a dois anos e o também ex-diretor financeiro Luciano Del Soldato, a um ano e dez meses. Os demais executivos condenados a sentenças de até dois anos e meio de prisão incluem os ex-presidentes financeiros Alberto Ferraris, além de auditores internos e um irmão e um filho de Tanzi, dizem fontes do Judiciário. Por sua vez, o fundador da Parmalat só será julgado no dia 28 de setembro, em Milão.

   Nenhum dos condenados se beneficiará de uma lei italiana segundo a qual uma pena menor do que dois anos não obriga a ida para a prisão. Por outro lado, alguns dos acusados poderão recorrer à suspensão provisória da sanção aplicada a todas as penas inferiores a dois anos, como é o caso de Stefano e Giovanni Tanzi, filho e irmão do proprietário da Parmalat, que foram condenados, cada um, a um ano e 11 meses de prisão. Eles poderão tentar trocar suas penas por prestação de serviços comunitários.

   - O mais importante agora é continuar. Até o fim de julho, já seremos capazes de pedir um julgamento para os bancos - afirmou o promotor Francesco Greco, referindo-se à investigação separada sobre suposta fraude dos antigos bancos da Parmalat.

   Todos os condenados foram considerados culpados em diferentes graus de agiotagem ou especulação abusiva, obstáculo à autoridade de controle acionário e falsidade em documentação contábil.

   INVESTIGAÇÕES - Os promotores vêm investigando suspeitas de crimes financeiros desde que a Parmalat foi esmagada sob o peso de uma dívida de bilhões de euros, deixando os investidores com um papel quase sem valor.

   Desde que o rombo nas contas da Parmalat foi revelado, a empresa está sob intervenção e perdeu várias operações. A partir desta terça-feira e até o fim de agosto, os credores da empresa vão votar um operação de troca da dívida por ações avaliada em 12 bilhões de euros. A Parmalat já planeja voltar a ser cotada em bolsa no início de 2006.

(© O Globo)

Para saber mais sobre este assunto (arquivo ItaliaOggi):

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