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Especialistas querem procurar obra-prima de da Vinci


 

No alto, o afresco de Giorgio Vasari, Batalha de Marciano no Vale de Chiana. Acima, detalhe com a frase "pista"

Pesquisadores acreditam que Batalha de Anghiari, dada como perdida, está sob afresco do Palácio Vecchio, em Florença

   Roma - "Cerca, trova"- busque, encontre - diz uma tentadora mensagem de cinco séculos pintada em uma afresco no hall do Palácio Vecchio, em Florença.

   Pesquisadores agora acreditam que estas palavras poderiam ser uma pista da localização de uma pintura de Leonardo da Vinci perdida há muito tempo e estão pressionando as autoridades para que possam procurar a obra-prima do renascimento.

   Maurizio Seracini, um pesquisador de arte italiana, reparou pela primeira vez na mensagem durante uma pesquisa inicial no hall há 30 anos, mas a equipe dele não tinha a tecnologia necessária para olhar o que estava por trás do afresco de Giorgio Vasari, Batalha de Marciano no Vale de Chiana.

   Raios-x tirados entre 2002 e 2003 mostram a mensagem no centro da cavidade que está por trás do afresco, que pode esconder o inacabado mural de Leonardo da Batalha de Anghiari, um dos maiores trabalhos do mestre toscano, disse Seracini.

   "Na época, esta foi considerada a obra-prima das obras-primas", disse Seracini à Associated Press. "Seria como descobrir uma nova Monalisa ou uma nova Última Ceia".

   Acreditava-se que o mural de Leonardo havia sido destruído em meados do século 16, quando o artista, escritor e arquiteto Vasari conduziu trabalhos de renovação do hall que abrigou o trono do poder de Florença. Ele então cobriu as paredes com suas próprias pinturas.

   Leonardo começou a trabalhar em Batalha de Anghiari em junho de 1505, aos 53 anos. Ele trabalhou ao lado de colega artista e rival Michelangelo, que havia sido contratado para pintar a parede oposta. Michelangelo nunca passou da fase preparatória de Batalha de Cascina, mas Leonardo pintou o centro da sua obra - uma violenta cena de homens e cavalos chamada Luta pela Bandeira - que é conhecida hoje através de estudos preparatórios de Leonardo e cópias feitas por outros artistas. Mais tarde, Leonardo abandonou a obra e partiu para Milão por motivos obscuros.

   Chiara Silla, diretor do museu do Palácio Palazzo Vecchio, disse que a pesquisa não foi liberada porque Seracini ainda precisa apresentar uma relatório de seu trabalho anterior. "O trabalho atual de Seracini é difícil de avaliar", disse Silla. "Nos últimos dois anos esperamos por documentações técnicas e científicas para decidir juntos se ele deve continuar ou não".

   Se autorizado a retomar a pesquisa, Seracini disse que conduzirá outros exames e irá inserir uma pequena sonda através da pintura de Vasari para detectar traços de pigmentos usados por Leonardo. A pesquisa precisaria de pelo menos um ano, ele disse.

   Se Batalha de Anghiari for localizado, será possível que artistas restauradores removam uma parte do afresco de Vasari, extraiam a pintura de Leonardo e recoloquem a obra de Vasari no local, sem danificá-la, disse Seracini.

   Alessandro Vezzosi, um especialista em Leonardo e diretor do museu dedicado ao artista na cidade natal dele, Vinci, disse que conhece o trabalho de Seracini e que as hipóteses dele são baseadas em evidências sólidas. "Precisamos ir ao fundo disto, a idéia de um Leonardo escondido é incrivelmente fascinante". (AP)

(© estadao.com.br)

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