Michelangelo teria forjado clássica escultura grega |
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“Laocoon”,
descoberta em 1506, pode ser uma farsa |
Kathryn
Shattuck
Do New York Times
Uma das obras de arte mais
importantes no estudo das esculturas gregas, “Laocoon”, descoberta em
1506, pode ser uma farsa, impetrada por Michelangelo. A conclusão é de
uma estudiosa do assunto, a professora Lynn Catterson, da universidade
americana de Columbia, em Nova York. Ela apresentou a teoria em uma
conferência na Academia Italiana de Estudos Avançados, no dia 6 de
abril. Apresentando uma grande quantidade de material sobre Michelangelo
— como alguns de seus desenhos, registros de sua atividade bancária e
sua conhecida sede de reconhecimento e dinheiro — ela afirmou:
— Ele tinha o motivo e os meios
para a farsa.
Obra mostra episódio da Guerra de Tróia
A impressionante escultura
naturalista, de 2,40 metros de altura, retrata um ataque mortal de
serpentes marinhas sobre o padre troiano Laocoon e seus dois filhos. As
serpentes teriam sido enviadas pela deusa Atena (ou por Poseidon,
segundo algumas versões) depois que Laocoon escondeu a presença do
Cavalo de Tróia no cerco àquela cidade. Ela está no Museu do Vaticano.
Em uma entrevista por telefone, a
professora cita um estudo de Michelangelo, datado de 1501, que mostra o
corpo de um homem semelhante ao de Laocoon. Ela também lembra a
conhecida habilidade do escultor ao fazer cópias.
— Ter sido esculpido por
Michelangelo explica por que o “Laoccon” é tão formidável, até hoje —
opina ela.
Para o emérito professor Richard
Brilliant, de Ciências Humanas na Columbia, estudioso do “Laocoon”, a
teoria de Lynn não é válida.
— Ela não mencionou nenhuma outra
escultura grega, que poderia ser semelhante ao Laocoon — diz ele,
lembrando que, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, foram encontrados
fragmentos da fazenda do imperador Tibério, em Sperlonga, perto de Roma,
onde haveria uma coleção de obras de arte relativas à Guerra de Tróia.
— Não acho que o desenho de
Michelangelo tenha qualquer semelhança com o Laocoon — diz a professora
Katherine E. Welch, do Departamento de Belas Artes da Universidade de
Nova York. — A escultura traz uma violenta torção do dorso, o que não
existe no desenho.
A professora Lynn Catterson
insiste. Ela lembra que Michelangelo era protegido de Lourenço, o
Magnífico, e sabia do interesse da família Médici em esculturas antigas,
o que lhe teria dado a oportunidade de estudá-las e copiá-las.
(© O
Globo)
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