Milão - Mariuccia
Ciotta, jornalista diretora de um dos jornais de esquerda mais lidos da
Itália, Il Manifesto, escreveu um livro com o qual busca pôr fim à fama
de "príncipe negro de Hollywood" carregada pelo famoso desenhista Walt
Disney.
A obra chama-se Walt Disney. Prima Stella
a Sinistra (Walt Disney. Primeira Estrela à Esquerda), e acaba de ser
lançada no Biografilm Festival de Milão, dedicado ao setor cada vez mais
popular da literatura cinematográfica.
No livro, editado pela Bompiani, Ciotta
conta sua versão do famoso pleito sindical que terminou em 29 de maio de
1941 com uma greve feita pela equipe de animadores da companhia Disney,
e que resultou na demissão de centenas de desenhistas.
Durante décadas, esta decisão tomada por
Disney de acabar com a representação sindical em seus estúdios de
Burbank, criados com o dinheiro obtido em 1937 com seu primeiro
longa-metragem de animação, Branca de Neve e os Sete Anões, foi a base
da "lenda negra" que o criador de tantos sonhos infantis carregou até a
morte.
Para mudar essa imagem, Ciotta
entrevistou a filha de Disney, Diane Disney Miller, e consultou arquivos
que ninguém havia consultado antes, construindo uma versão dos fatos
mais verdadeira (e convincente). A jornalista atribui a responsabilidade
do ocorrido ao advogado da empresa, Gunther Lessing, considerado um
anticomunista.
Walt Disney (1901-1966) criou, além da
Disneylândia e os estágios iniciais do Disney World, 497 filmes de curta
metragem, 21 filmes de animação, 56 filmes de longa metragem e muitas
outras superproduções de sucesso.