Histórico
A Itália é o líder mundial de vinho, produz e
consome mais vinho que qualquer outro país no mundo. Há 1,2
milhões de vitivinicultores italianos e o consumo per capita é
de 104 litros por pessoa. Os vinhos italianos correspondem a 60%
dos vinhos importados pelos EUA e os vinhos também são
exportados para a Alemanha e para a França.
A expansão dos vinhos italianos é surpreendente, tanto pela
quantidade dos tipos de uva como pelos estilos diferentes de
vinhos. O interesse pelos vinhos italianos está crescendo e,
embora seja um assunto que tende a ser confuso, as recompensas
estão aqui para aqueles que persistirem. Os clientes que
procuram se aventurar com novos vinhos e procuram vinhos que
combinem com a comida estão voltando às variedades italianas
tradicionais, tais como Sangiovese, Barbera e Pinot Grigio.
Produtores americanos das variedades italianas mais populares,
os assim chamados "Cal-Itals", da Califórnia, também estão
voltados ao prazer exclusivo das variedades italianas. Várias
áreas de crescimento na Califórnia, incluindo Napa Valley,
Sonoma e a Sierra Foothills, aparecem bem situadas, pois
produzem as variedades de uvas italianas que são cultivadas em
climas quentes e solo úmido.
As Leis dos Vinhos Italianos
Como os franceses, os italianos têm um sistema
de leis de vinho para regularizar a indústria. Essas leis de
vinho modernas foram estabelecidas em 1963 para dar estrutura à
indústria de vinho não regularizada. O sistema tem algumas
peculiaridades, mas pode ser um ponto útil de referência para
consumidores interessados em aprender sobre a indústria de vinho
italiana. As leis básicas que regulamentam a produção, as uvas
utilizadas para vinhos específicos, as restrições de áreas para
plantação, as práticas viticulturais e a quantidade máxima e
mínima de álcool foram definidas naquela época. Foram
estabelecidas três categorias:
Vino da Tavola
Também conhecida como vinho de mesa, mas com algumas
exceções, vinhos simples, saborosos e baratos, tomados todos os
dias. Ironicamente, esta categoria também representa
alguns vinhos classificados como Super Toscanos, que são mais
caros.
I.G.T. (Indicazione Geografica Tipica)
Em 1992, entre muitas mudanças feitas, as leis Goria foram
passadas para trazer maior flexibilidade à produção e adicionar
uma nova categoria. A IGT (Indicazione Geografica Tipica -
Indicação Geográfica Típica), tornou-se uma nova classificação
regida por lei, substituindo a Vini Tipici como a base na
pirâmide de qualidade. Ironicamente, alguns vinhos mais caros e
mais conceituados, antigamente vendidos como Vino da Tavola,
podem ser encontrados agora "atualizados" para IGT.
D.O.C.
(Denominazione di Origine Controllata)
Há, aproximadamente, 250 zonas de DOC e 700 vinhos italianos
estão nesta classificação. Entretanto, somente uma pequena
porcentagem desses vinhos tem alguma viabilidade comercial.
Apenas vinte DOCs representam 45% da produção total de DOC do
país.
D.O.C.G. (Denominazione di Origine
Controllata e Garantita)
Primeiramente classificados em 1970 com a intenção de adicionar
uma classificação de qualidade para o topo da pirâmide de vinho.
Os 14 vinhos DOCG indicam a mais alta qualidade (vinhos que não
são apenas "controlados", mas "garantidos"). Os vinhos DOCG são
os nomes famosos como Barolo, Barbaresco, Chianti, Brunello di
Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano. Vinhos adicionais são
solicitados por meio de classificação de DOCG, para que o grupo
de 14 vinhos existentes continue crescendo.
As Regiões
NOROESTE
Piemonte
O Piemonte produz o que podemos descrever como os melhores
vinhos tintos da Itália. No Piemonte, há 38 zonas DOCG e 43
tipos de vinho. Diversos vinhos DOCG conhecidos vêm de Piemonte.
O Barolo DOCG
é um vinho rico e poderoso feito com uva Nebbiolo e vem de uma
região com o mesmo nome. Barolo tem quatro anos de
envelhecimento, é especificado como Riserva (cinco anos de
envelhecimento ganha uma designação de Riserva Speciale).
O Barbaresco DOCG
também é feito de Nebbiolo e tem o mesmo nome da área e da
cidade. Levemente mais suave que o Barolo e mais jovem, é outra
marca de referência dos grandes e ricos vinhos tintos italianos.
O Gattinara DOCG
é o terceiro vinho do Piemonte mais cotado. Também é feito com
Nebbiolo e tem o nome de uma pequena região onde é feito, mas é
mais leve que os outros dois.
Barbera é a maior plantação de uva no Piemonte
e os vinhos Barbera D´Alba DOC
são engarrafados com o nome da uva e não com o nome da área.
Barbera é saboroso, tânico e com grande frescor conferido pela
acidez.
Outro vinho nomeado pela variedade e não pela
região, é o Dolcetto D´Alba DOC,
outro vinho tinto mais leve que os piemonteses freqüentemente
gostam com o primeiro prato.
O Asti Spumante DOCG e
o Moscato d'Asti DOCG
oferecem vinhos frisantes e espumantes feitos, geralmente, com
uvas Muscat e pelo método Charmat.
Grignolino DOC,
um vinho rose seco suave e saboroso é, às vezes, encontrado em
estilos que são um pouco "petillant", ligeiramente frizante.
Os vinhos brancos notáveis produzidos na região incluem o Arneis
e o Gavi (Cortese)
Lombardia
Lombardia é a região mais popular e industrializada da
Itália. Entre as regiões produtoras de vinhos estão Valtellina,
com vinhos de estilo leve feitos com Chiavennasca (um sinônimo
para Nebbiolo) e Oltrépo Pavese, que trabalha com a maior
produção de qualquer zona DOC e tem direito a mais da metade da
produção de vinhos tintos e brancos de Lombardia. Franciacorta é
uma pequena denominação de alta qualidade que é muito conhecida
pelos vinhos espumantes produzidos pelo Méthode Champenoise.
NORDESTE
Veneto
A maior região nordestina da Itália abriga as três
regiões de vinhos mais importantes conhecidas como Tre Venezie
(Três Venezas) por fazerem parte do reino Veneziano.
Veneto é a terceira em produção depois da Puglia e da Sicilia e
tem os vinhos mais famosos da Itália.
Os vinhos da área dos arredores da cidade de
Verona incluem o vinho branco
Soave, o espumante
Prosecco e os tintos
Valpolicella e
Bardolino.
Os vinhos Valpolicella
estão entre os mais suaves e frutados da Itália, produzido com
as uvas Corvina, Rondinella e Molinara. Passito é o termo
italiano para vinho de uva seca e Valpolicella tem duas versões:
Recioto
della Valpolicella que é
feito com uvas secas em um estilo doce; e a versão seca, um dos
vinhos mais famosos da Itália, o
Amarone della Valpolicella.
Bardolino utiliza
as mesmas uvas básicas que o Valpolicella. Pode ser suave e
tinto, ou rosé (um estilo chamado chiaretto).
O vinho branco Soave
é feito com uvas Garganega e Trebbiano e embora seja geralmente
seco, existe nos estilos doce (recioto) e espumante. Soave perde
apenas em volume para o Chianti, entre os vinhos DOC e o
Prosecco é o
segundo vinho espumante mais requisitado depois do Asti. A área
Breganze, com alguns vinhedos nos pés das montanhas dos Alpes e
alguns no solo pedregoso ao norte da cidade de Vicenze, produz
uma variedade de uvas internacionais e italianas.
Friuli-Venezia Giulia
A Segunda das Tre Venezie, Friuli, fronteira com a
Áustria ao norte e Eslovênia ao leste. Embora a Itália seja
conhecida no mundo do vinho por seus vinhos tintos, os vinhos
brancos do Friuli são responsáveis pelo reconhecimento desta
região.
Os melhores vinhos são de uma série de
encostas chamadas Colli: Colli Orientali del Friuili (leste),
Colli Grave del Friuli (oeste) e Colli Goriziana (Gorizia).
Os vinhos brancos incluem Pinot Grigio, Pinot
Bianco, Tocai Friulano, Ribolla Gialla, Sauvignon Blanc e
Gewürztraminer. Friuli também produz vinhos tintos mais leves
como Pinot Nero (Pinot Noir), Merlot e Cabernet Sauvignon.
Trentino-Alto Adige
A maior parte dessa região, que faz fronteira com a
Áustria, está dividida em nativos alemães do Alto Adige (Süd
Tirol) ao norte e de nativos italianos de Trentino ao sul.
A região norte produz uns dos melhores vinhos
brancos da Itália, incluindo Pinot Grigio, Chardonnay, Pinot
Bianco, Riesling e Müller-Thurgau e alguns vinhos tintos, como,
Cabernet Sauvignon, Merlot e o local Schiavo e Lagrein.
Em Trentino, ao sul, os vinhos incluem o
excelente Chardonnay e uma variedade de vinhos tintos, como o
Teroldego.
ITÁLIA CENTRAL
Emilia-Romagna
O vinho mais famoso desta
região é o Lambrusco.
Lambrusco pode ser frisante ou seco e saboroso e
os estilos branco e tinto são feitos com diversas uvas brancas e
tintas do mesmo nome.
Um vinho branco DOCG notável também vem da
Emilia-Romagna. Chamado Albana di
Romagna DOCG, está classificado desde 1987. Este
vinho é vinificado com uma uva com o mesmo nome em estilos que
variam do seco ao semidoce.
Toscana
Chianti é a maior zona de vinho existente na Toscana.
Todas as zonas são status DOCG e estão divididas em sete
distritos. Dois distritos têm vinhos disponíveis no mercado
mundial. Chianti Classico (Classico
se refere à área não definida para uma reserva ou um posterior
engarrafamento) e Chianti Ruffina.
Adicionando aos seus distritos de produção, os vinhos Chianti
variam em estilo de acordo com o envelhecimento.
Chianti DOCG é
sempre um vinho tinto seco, com notas de fruta muito
concentrada, mas, freqüentemente, feito diretamente com as uvas
Sangiovese. Chianti combina com comidas e seus sabores e aromas
de violeta e cereja são impressionantes. Chianti pode durar dez
anos ou mais se for bem armazenado.
O segundo melhor vinho Toscano é o Brunello
de Montalcino DOCG, da cidade com o mesmo nome
no sul do distrito de Chianti. Brunello é um termo local
referente a variedade de uvas Sangiovese.
Estes vinhos são de qualidade
superior e produção limitada. Intenso, concentrado e tânico,
eles tendem a requerer um envelhecimento longo (mais de 30
anos), embora alguns produtores estão fazendo um estilo mais
acessível.
Rosso di Montalcino DOC é um
vinho mais barato, pronto para beber em versões de safras mais
novas ou de frutas de qualidade inferior.
Outros vinhos da Toscana:
Vino Nobile di Montepulciano DOCG
Da cidade com o mesmo nome, estes vinhos
são feitos basicamente com as mesmas uvas e a mesma "assemblage"
que o Chianti, embora o clone Sangiovese neste distrito seja o
Prugnolo Gentile. Vino Nobile di Montepulciano foi o primeiro
DOCG e há outros exemplos excelentes. -
Carmignano DOCG
Este é um vinho tinto seco feito de uma
mistura parecida com o Chianti, embora o Cabernet Sauvignon
também possa ser utilizado.
Vernaccia di San
Gimignano DOCG
O melhor vinho branco toscano, é
vinificado com uma variedade de uvas do mesmo nome. Um vinho
fresco com um sabor de amêndoa e de textura suavemente oleosa.
O que é um Super Toscano?
O fenômeno Super Toscano começou nos anos 70, quando alguns
produtores decidiram começar a criar um novo estilo de vinho. Os
vinhos eram chamados Super Toscanos, porque eram produzidos fora
da zona do Chianti, ou porque suas uvas eram misturadas com
outras variedades (Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Cabernet
Franc) que não eram aceitas pelos requerimentos do DOCG para o
Chianti, ou porque tinham 100% de Sangiovese que, antigamente,
era proibido na zona do Chianti.
Por mais que as misturas
diferissem de um produtor para outro, o que estes vinhos tinham
em comum eram as etiquetas com preços muito caros.
O Super
Toscano mais famoso, como o Sassiscaia e Solaia, pode induzir
colecionadores a gastarem mais de U$ 200 em uma garrafa de uma
boa safra. Os vinhos podem variar de estilos, do Chianti ao
Bordeaux, do Bordeaux ao Californiano, dependendo do
"assemblage".
Umbria
Aqui você encontrará outro vinho branco
seco fresco, Orvieto DOC,
tem o mesmo nome da cidade. Originalmente apenas feito em um
estilo semi-doce, o vinho deve ser, no mínimo, 50 % Trebbiano.
Torgiano
é um vinho tinto fino e uma denominação de mesmo nome, as uvas
são Sangiovese. Outro DOCG bem conceituado é o vinho tinto
Sagrantino de Montefalco,
feito com uva local do mesmo nome. Este vinho também é
vinificado em um estilo passito.
Lazio
A área que cerca Roma é conhecida como
Frascati, um vinho
branco seco feito com Trebbiano e Malvasia.
Marche
Lar do Verdicchio, um vinho branco
seco excelente e barato feito com uvas do mesmo nome. Castelli
di Jesi & Matelica é o produtor mais renomado.
Abruzzo
Apenas três tipos de vinho aqui!
Montepulciano
d'Abruzzo, vinho tinto feito com
uva do mesmo nome (não confunda com a cidade Toscana!),
Cerasuolo, um
vinho tinto mais suave com aroma de cereja feito com a mesma uva
e Trebbiano d'Abruzzo,
um vinho branco feito com Trebbiano.
SUL
Puglia
No sul são feitos mais vinhos na Puglia que em qualquer
outra região. Os vinhos aqui tendem a ser grandes, ricos e
alcoólicos, feitos originalmente com Aleatico, Negro Amaro e
Malvasia Nero.
Campania
Campania é a região que produz os vinhos mais finos e de
alta qualidade do sul. Os vinhos incluem o DOCG
Taurasi, um tinto tânico e
encorpado, feito com a uva Aglianico,
Lacrima Christi (lágrimas
de Cristo), mais conhecido como vinho dourado, mas também nos
estilos tinto e espumante e Greco
di Tufo, da uva Greco, uma das uvas mais antigas
de origem grega.
Sicilia
Esta ilha ao sul é mais conhecida pelo vinho de sobremesa
Marsala, mas
também produz dois outros vinhos âmbar doces e ricos.
Moscato Passito di Pantelleria
e Malvasia delle Lipari.
O parreiral controlado pelo estado, Corvo, embora não seja um
DOC, produz um vinho de boa qualidade. Regaleali planta as uvas
em altas altitudes para contrabalançar a temperatura quente da
Sicília, seu melhor vinho é chamado
Rosso del Conte.
(©
Enciclopédia do Vinho)