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  A CULINÁRIA ITALIANA

Vinhos Italianos (2)

 

Com razão os gregos na antigüidade denominavam a Itália Enotria (terra do vinho). Ela possui, como a França, um mar de vinhos e com ela vem se alternando, de tempos em tempos, na posição de maior produtor e consumidor mundial de vinhos. Ainda que o número de vinhos maravilhosos da Itália não seja tão numeroso como na França, a ótima qualidade de muitos de seus vinhos é inquestionável.

A Itália possui vinte regiões vinícolas e entre elas destacam-se: o Piemonte, região de bons espumantes e de vinhos robustos entre os quais se destaca o grande Barolo, denominado o vinho dos reis e o rei dos vinhos; a Toscana, o Jardim da Itália, com o seu popular Chianti e os grandes Brunello de Montalcino, o Sassicaia e o Tignanello, três colocados entre os melhores vinhos do mundo; o Veneto dos populares Valpolicella e Bardolino; a Umbria do famoso branco Orvieto; o Lazio, região do alegre Frascati e a Emilia-Romagna do popular Lambrusco (esses dois últimos são vinhos frisantes muito adequados para o clima brasileiro).

Enfim, existem vinhos italianos para todos os gostos e momentos. Uma vez dentro dessa enorme constelação de vinhos, pode-se, com paciência e atenção, descobrir os nossos favoritos.

CLASSIFICAÇÃO

1. Vino da Tavola

Vinho de mesa - São vinhos de qualidade inferior, de qualquer procedência geográfica e não podem ter no rótulo o nome da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália.

2. Vino da Tavola con Indicazione Geografica Tipica

Vinho de Mesa com Indicação Geográfica Tipica - Essa denominação foi criada a partir de 1992 e é aplicada em cerca de cento e cinqüenta vinhos de mesa elaborados em regiões geográficas específicas (uma província, uma comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale, etc.). No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a região e o tipo de vinho (frizzante, amabile, novello, etc.) 

3. Vini Tipici

Vinhos Típicos - Equivale ao Vin de Pays da França e, apesar de criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa diferenciados, com tipologia definida. Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos vini di tavola, mas espera-se que venham a constituir cerca de 40% dos vinhos italianos.

4. Vini de Denominazione di Origine Controlata (DOC)

Vinhos de Denominação de Origem Controlada - Essa foi a primeira qualificação dos vinhos italianos de qualidade, criada em 1963. É atribuída aos vinhos provenientes de cerca de trezentas regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província ou uma área geográfica ainda maior. A sua quantificação é complicada, pois algumas regiões, como Valle d’Aosta e Chianti, possuem diversos vinhos de distritos diferentes, mas são contadas como uma única DOC.

Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de uvas para cada região e por métodos específicos de vinificação. Cerca de 850 vinhos possuem a designação DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca de 20% dos vinhos italianos. Em algumas DOC existem sub-classificações, tais como: Riserva ou Vecchio, para vinhos envelhecidos maior tempo em madeira; Superiore, para vinhos maior teor alcoólico ou maior período de envelhecimento.

5. Vini de Denominazione di Origine Controllata e Garantita (DOCG)

Vinhos de Denominação de Origem Controlada e Garantida - Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália. É atribuída aos vinhos de quatorze regiões dellimitadas (DOC): Barbaresco, Barolo, Gattinara e Asti, no Piemonte; Franciacorta, na Lombardia; Albana di Romagna, na Emilia-Romagna; Brunello de Montalcino, Carmigiano, Chianti, Vino Nobile di Montepulciano e Vernaccia di San Gimignano, na Toscana; Montefalco Sagrantino e Torgiano Rossso Riserva, na Umbria;Taurasi (na Campania)

6. Os "Fora da Lei"

Alguns vinhos italianos considerados entre os melhores do país e do mundo,  classificam-se apenas como Vino da Tavola, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de "os fora da lei". Entre eles destacam-se: Cabreo, Cepparello, Campofiorin, Darmagi, Flaccianello della Pieve, Gaja & Rey, I Grifi, Il Sodaccio di Monte Vertine, L’Aparitta, Le Pergole Torte, Ornellaia, Opera Prima, Sammarco, Solaia, Terre Alte, Tignanello, Toar, Torcolato, Venegazzu e Villa Pattono.

CATEGORIAS ESPECIAIS

Essas categorias não tem relação com qualidade, mas apenas com uma característica específica que diferencia determinados vinhos de outros.

Novello (Jovem) - Vinho semelhante ao Beaujolais Nouveau, vinificado em pelo 30% através de maceração carbônica e com no mínimo 11 GL de teor alcoólico e não mais que 10 g de açúcar residual. Só pode ser vendido após 06 de novembro e deve ser engarrafado até 31 de dezembro do ano da colheita.

Vecchio (Velho) - Vinho que envelhece o mínimo três anos antes da comercialização.

Riserva (Reserva) - Vinho que envelhece o mínimo cinco anos antes da comercialização.

Spumante (Espumante) - Vinho espumante, como o Champagne, elaborado tanto pelo método Charmat ou por método Champenoise.

Frizzante (Frizante) - Vinho ligeiramente espumante, como o vinho verde português.

Secco, Abbocado , Amabile e Dolce - Definem o teor de açúcar do vinho que pode ser: seco, práticamente sem açúcar (secco); meio seco ou demi-sec, com teores médios de açúcar (abbocado e amabile); francamente doce (dolce).

Liquoroso (Licoroso) - Vinho fortificado ou naturalmente forte.

Passito (Passificado) - Vinho elaborado de uvas semi-desidratas (passas).

É importante lembrar que vinhos de uma DOC ou DOCG, por exemplo um Nebbiolo d’Alba ou um Barolo, são vinhos de qualidade, elaborados dentro das normas específicas das respectivas DOC ou DOCG, mas podem ser provenientes de vários produtores diferentes. Obviamente, o vinho de um produtor nunca será igual ao de outro. Às vezes, a diferença entre um produtor e outro é muito grande e pode ser constatada pela enorme diferença entre os preços dos seus vinhos. Assim, é de grande importância conhecer-se os melhores produtores de cada região, de modo a ter certeza de estar adquirindo bons vinhos italianos.

(© Academia do Vinho)


Os vinhos por regiões

A bela Itália estende-se no Mar mediterrâneo, ao sul e oeste com as ilhas Sicília e Sardenha. Cenário de inúmeras montanhas e lagos delimita-se ao norte com os Alpes Piemonteses e os Apeninos, ao sul.

O fato de a Itália ser no passado uma coletânea de Estados independentes, contribuiu para o surgimento de uma gama de vinhos tão diferentes em um tão pequeno território. Aliás, existem vinhos italianos para todos os gostos e momentos.

Ostentando uma inimitável tradição, a Itália rende-se ao cultivo de grandes uvas viníferas, propiciadas pela variedade climática. Seus famosos vinhos transformaram a arte de comer bem em um ritual de prazer. Cada região produz vinhos particularmente especiais, por isso, a Porto a Porto selecionou os melhores vinhos italianos para aguçar o seu paladar.

Regiões

Vêneto: A região do Vêneto, ao norte da Itália, além de conhecida pela encantadora beleza de Veneza, tornou-se famosa pela produção de vinhos. Os verões excepcionalmente quentes, os invernos rigorosos e o solo glacial (de caráter argiloso ou arenoso-argiloso), permitiram a produção de inúmeras varietais: uvas autôctones como Negrara, Corvina, Soave, bem como as importadas Cabernet Savignon, Cabernet Franc e Pinot Grigio.

Verona: Verona, o principal centro vinícola, investe nos processos de depuração, para elevar a concentração e os sabores. Seus tintos mais conhecidos são os encorpados Bardolino, o Valpolicella e o Amarone della Valpolicella. Também é um vinho reconhecido desta área o branco Soave.

Friuli – Venezia Giulia: Friuli fica no nordeste da Itália e a sua produção de tintos e brancos concentra-se em três zonas vinícolas principais: Collio Goriziano, Grave Del Friuli e Collio Orientali Del Friuli. Seu clima favorável e os avanços tecnológicos refletem em seus vinhedos, dos quais são produzidas as cepas para vinhos brancos: Grave Del Friuli Tocai, Chardonnay, Pinot Branco, Verduzzo e Ribolla Giala. Combinando uvas tradicionais do tipo Refosco às variedades internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot, são produzidos na região, vinhos volumosos, suaves e com aromas penetrantes.

Piemonte: Circundada pelos Alpes, Piemonte é a região vinícola mais importante da Itália, já que produz os vinhos italianos mais diferenciados do país. A presença de escarpas montanhosas permite aos vinhedos produzir elegantes vinhos. Nos tintos, predominam as cepas Nebiollo (dos famosos Barolo e Barbaresco). Entre os brancos, destaque ao Moscato, com o seu sabor adocicado (de onde provém o Asti Spumante e o Moscato d’Asti). As uvas tipo Barbera são a essência dos vinhos Dolcetto e Grignolo. Entre os brancos, destacam-se os secos feitos com uvas Cortese e Arneis.

Lombardia: Ao norte da Itália, a Lombardia possui três principais regiões vinícolas, são elas: Valtelina, Bréscia – Lago di Garda e Oltrepò Pavese. A qualidade dos tintos ou brancos quanto aos espumantes é notória, já que as uvas demi-sec, propiciam alta concentração de cor e aroma de vinhos. Valtelina oferece tintos com a uva Nebbiolo (que remetem aos da região de Piemonte) Franciacorta, apresenta a qualidade de seus espumantes, elaborados pelo método champenoise, sendo a segunda fermentação ocorida na garrafa. Ao sul de Milão, as terras férteis de Oltrepò Pavese, a sub-região vinícola da Lombardia, produzem as uvas Pinot Noir, Chardonnay e outras de origem francesa.

Abruzzo: Junto ao mar Adriático, perto da cidade de Pescara, a montanhosa região de Abruzzo traz como destaque a produção do vinho branco Tribbiano d’Abruzzo, considerado um excelente vinho italiano. Suas uvas, caracteristicamente frutadas permitem sabor adocicado e agradável aos seus vinhos. Em relação à denominação de origem controlada (DOC), os vinhos recebem certificação das vinícolas de Abruzzo.

Emilia Romana: Do mar Adriático ao Tirreno, abaixo da Lombardia, a Emilia-Romana é formada pelas sub-regiões: Reggio Emilia e Romana, que produzem excelentes vinhos. Na Emilia, predomina o Lambrusco, havendo ainda os tintos e brancos da Colli Picenti e das Bolognesi. Em versões doces, o Lambrusco assegura excelência em frizantes. Brancos secos, os vinhos são produzidos com as uvas Gaglioppo – antiqüíssima e típica – mesclada às do tipo Trebbiano e Albana, assegurando o sabor inimitável de seus grandes vinhos.

Toscana: Localizada na região central da Itália, território de Firenze, Siena, Pisa e San Gimignano, a região de Toscana rivaliza, com o Piemonte, na produção de grandes tintos. De suas colinas cobertas de vinhedos saem vinhos dos mais reputados do mundo: o Chianti (proveniente da Siena e Florença), o Brunello di Montalcino, divididos nas categorias clássico e riserva. As varietais Sangiovese, Malvasia, as cepas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot, entre outras, expressam a excepcional qualidade dos vinhos. Notórios no sabor, os vinhos brancos são feitos com as uvas francesas brancas Chardonnay.

Lácio: Região de Roma, Lácio, em seus vinhedos de cepas Malvasia e trebbiano, assumem a produção do jovial branco Frascati. Doce e raro, enquanto versão “Canelino” e tecnicamente um vinho branco DOC vindo da região montanhosa dos Castelli Romani. Acompanhando as constantes inovações técnicas, as vinícolas de Lácio acentuam seu sabor a uma versão mais seca e frutada, com um agradável aroma. Tudo para deixar a clássica bebida ainda mais sedutora.

Sicília: A ilha a Sicília fica ao sul da Itália e é uma sub-região da Emilia-Romana. A fertilidade de suas terras e o clima quente asseguram excelência a nobre bebida. Vinhos tintos, provenientes das varietais Nero d’Avola Masacarele e Perricone, e brancos, das castas Grilo e Insolia, originam renomados vinhos da região. Típicos, o vinho tinto, seco são bastante equilibrados e acíduos.

Características dos vinhos italianos

- O barolo é um vinho que, modestamente os italianos chamam de ‘O vinho do Reis’ ou o ‘rei dos vinhos’. Obra-prima do Piemonte, oriundo da uva Nebbiolo, fica excepcionalmente à partir do 15º ano. Seco, tinto e bem escuro, com álcool à 12º C, é o acompanhamento perfeito para caças e as carnes.

- O barbaresco, outra jóia do Piemonte, vizinho do Barolo, provém da Nebbiolo, só que deve ser bebido jovem a partir do 3º ano. Sua gastronomia recomenda as pastas com molhos e as bebidas comidas condimentadas.

- O valpolicella é um tinto do Veneto, ligeiro delicado aroma de nozes. O clássico é o mais apreciado. Da mesma região é elaborado o Reciotto Della Valpolicella Amarone, um dos grandes vinhos da Itália.

- O Bardolino é um vinho tinto pálido, deve ser bebido jovem, provém de uvas regionais como o Corvina, a Molinara, a Negrara e a Rondinella. Deve ser servido fresco, por volta dos 16º.

- O verdicchino é produzido de 80% de uvas do mesmo nome e cortes Trebiano e Malvasia. Vinho jovem e fresco, deve ser consumido logo. Acompanha antepasto, massas leves e peixes.

- O Frescati é o vinho oriundo de Malvasia, Candia e Trebbiano. Vinho seco com aroma pessoal e cor palha brilhante.

- O Gavi é um branco seco, semelhante aos Borgonhas. Oriundo da uva Cortese, acompanha os frutos-do-mar.

- O prosecco é um vinho espumante, originário da uva do mesmo nome, produzido próximo a Veneza.

- O Lambrusco é um vinho jovem, frizante, leve. É completo como aperitivo.

(© Porto a Porto)

 

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