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O tomate: uma saborosa história
O tomate (do náuatle tomatl) é o fruto do tomateiro (Solanum lycopersicum; Solanaceae), embora imprópriamente considerado como legume pelos leigos. De sua família, fazem parte também as batatas, as berinjelas, as pimentas e os pimentões, além de algumas espécies não comestíveis. Originário da América Central e do Sul, era amplamente cultivado e consumido pelos povos pré-colombianos, sendo atualmente cultivado e consumido em todo o mundo. Origem A maioria dos botânicos
atribui a origem do cultivo e consumo (e
mesmo a seleção genética) do tomate como
alimento, à civilização inca do antigo Peru,
o que deduzem por ainda persistir naquela
região, uma grande variedade de tomates
selvagens e algumas espécies domesticadas
(de cor verde)
apenas ali conhecidas.
Estes acreditam que o tomate da variedade Lycopersicum cerasiforme, que parece ser o ancestral da maioria das espécies comerciais atuais, tenha sido levado do Peru e introduzido pelos povos antigos na América Central, posto que este foi encontrado amplamente cultivado no México. Outros estudiosos acreditam que o tomate seja originário da região do atual México, não apenas pelo nome pertencer tipicamente à maioria das línguas locais (Náuatles), mas porque as cerâmicas incas não registraram o uso do tomate nos utensílios domésticos, como era costume. Os primeiros redarguem a esta objeção, pelo fato de que muitas outras frutas e alimentos dos incas também não foram representadas nas cerâmicas. Características O tomateiro é uma planta
fanerógama, angiosperma e monocotiledônea.
Apesar da crença generalizada de que seja um
legume, é um fruto uma vez que é o produto
do desenvolvimento do ovário e do óvulo da
flor, formando o pericarpo e as sementes,
respectivamente, após a fecundação.
O tomate é rico em betacaroteno e contém vitamina C. Gastronomia
Apesar de
constantemente associado à
Itália e sua cozinha, dado
seu largo uso na sua
culinária, o tomate já era
consumido nas civilizações
incas, maias e asteca, antes
de ser levado ao outro lado
do mundo. Pertence a um
extenso rol de alimentos da
América pré-colombiana
desconhecidos do Velho Mundo
antes das grandes
navegações, do qual fazem
parte o milho, vários tipos
de feijões, batatas, frutas
como abacate e o cacau (de
cujas sementes se faz o
chocolate), afora artigos de
uso nativo que se
difundiram, como o chicle
(seiva de Sapota,
ou sapoti) e o
tabaco.
Inicialmente o tomate era tido como venenoso pelos europeus e cultivado apenas para efeitos ornamentais, supostamente por causa de sua conexão com as mandrágoras, variedades de Solanáceas usadas em feitiçaria. Sómente no século XIX é que o tomate passou a ser consumido e cultivado em escala cada vez maior, inicialmente na Itália, depois na França e na Espanha. Durante este século, os europeus que retornavam da América após as viagens ao novo mundo, levaram ao velho mundo a fruta vermelha, que imaginavam ser venenosa. A época em que eles passaram a consumir o tomate não é clara, mas o que se sabe é que o tomate ganhou popularidade quando os povos do sul da Europa declinaram sobre esta suspeita. A partir deste momento, o tomate passou a ser um dos principais ingredientes da culinária mediterrânica. Os primeiros registros apontam para a sua chegada em Sevilha, na Espanha, no século XVI. O local era um dos principais centros de comercialização, onde se realizavam atividades comerciais, principalmente com a Itália e Países Baixos. Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com seu formato e sua finalidade de uso:a - Santa Cruz, tradicional na culinária, utilizado em saladas e molhos e de formato oblongo; b - Caqui, utilizado em saladas e lanches, de formato redondo; c - Saladete, utilizado em saladas, de formato redondo; d - Italiano, utilizado principalmente para molhos, podendo ainda fazer parte de saladas. Seu formato é oblongo, tipicamente alongado; e - Cereja, utilizado como aperitivo, ou ainda em saladas. É um "mini-tomate", com tamanho pequeno, redondo ou oblongo. Além de diferirem em seu formato, os tomates também podem ter variações em sua coloração. Apesar de ser bem mais comum encontra-lo na coloração vermelha, atualmente, novos tipos de tomate podem ser encontrados na cor rosada, amarela e laranja. Os dois últimos são mais dificeis de serem encontrados no Brasil. As primeiras espécies exportadas da América foram logo batizadas de pomodoro pelos italianos pois eram amarelas, parecendo "maçãs douradas". Os primeiros registros da espécie vermelha deste fruto na Europa tem como data o ano de 1554, trinta e um anos depois de sua chegada de Puebla e Vera Cruz, no México. Se iniciamente havia a supeita de serem venenosos, tão logo foram descobertos pela gastronomia e passaram a ser indispensáveis na maioria das civilizações e preparações de alimentos. Alla bolognesa, à espanhola, à mexicana, à la marselhesa, alla napolitana, alla parmigiana, à la orientale, à la niçoise, à portuguesa e à la provençale são apenas algumas das infinitas receitas que adotaram o fruto como ingrediente, uma lista que não para de se renovar. A literatura culinária espanhola antiga (1599 - 1611) não registra o uso do tomate. Na Itália, Antonio Latine escreveu entre 1692 e 1694 o livro de cozinha napolitana Lo Scalco alla Moderna, em que uma das suas receitas recomendava levar ao fogo pedaços de tomate, sem pele ou sementes, temperando com salsinha, cebola e alho picados, salpicados com sal e pimenta, acrescidos de azeite e vinagre, para obter um molho de tomate "de estilo espanhol". Em 1745, o livro do espanhol Juan Altamiras descrevia duzentas receitas, dentre as quais treze tinham tomate em seus ingredientes. Já na Inglaterra, a partir de 1750 se tem evidências de seu uso pelas famílias judias, que já o consumiam, muito embora permanecesse suspeito ao restante dos cidadãos até o século XIX. Valor nutricional
O consumo do
tomate é recomendado pelos
nutricionistas por se
constituir em um alimento
rico em licopeno (média de
3,31 mg em 100 gr),
vitaminas do complexo A e
complexo B e minerais
importantes, como o
fósforo e o
potássio, além de
ácido fólico,
cálcio e
frutose. Quanto mais
maduro, maior a concentração
desses nutrientes.
O tomate é composto principalmente com água, possuindo aproximadamente 14 calorias em 100 gramas, somente. Alguns estudos comprovam sua influência positiva no tratamento de cancer, pois o licopeno, pigmento que dá cor ao tomate, é considerado eficiente na prevenção do câncer de próstata e no fortalecimento do sistema imunológico. De 1986 à 1998 a Universidade de Harvard (EUA) analisou os hábitos de cinquenta mil homens. Segundo os resultados da pesquia, os homens que consumiam molho de tomate duas vezes por semana tiveram 23% menos incidência de cancer do que outros. A pesquisa concluiu ainda que os benefícios podem ser maiores caso o tomate seja cozido, acompanhado um pouco de azeite. Colheita
No Brasil, a
colheita do tomate é feita
predominantemente de maneira
manual. Os frutos, retirados
das plantas são colocados em
cestas de
bambu ou
sacolas
plásticas, semelhantes
às utilizadas para a
colheita de laranjas. Logo
após, os frutos são
transportados para galpões,
em caixas plásticas, onde
são classificados. Já na
etapa de colheita, toma-se
cuidado para que os frutos
não sejam danificados,
dando-se especial atenção
para evitar que batam uns
sobre os outros. Outros
danos podem ser provenientes
das estacas de bambu, ou dos
sistemas de amarrio
utilizados. As sacolas
plásticas também costumam
causar mais danos ao fruto,
na hora da colheita. Durante
o transporte, os tomates
novamente são submetidos a
estragos e possíveis perdas,
mesmo que transportados de
forma protegida. Estima-se
que o mercado brasileiro
perde anualmente 30% de sua
produção do tomate para
mesa.
Dados econômicos
A produção agrícola de tomate no Brasil é bastante desenvolvida, tendo maior importância na economia do Sudeste e Centro-Oeste. Nesta região estão localizadas as maiores empresas de processamento do fruto. A partir de 1995 a produção industrial de tomate saltou 29%, com o desenvolvimento de novos derivados como sopas, sucos, tomates dos mais diversos tipos, molhos e o desenvolvimento das redes de fast-food, com crescimento baseado na busca de maior qualidade, o que trouxe boas oportunidades ao setor. Estima-se que a produção anual brasileira do tomate seja de três milhões de toneladas, dos quais dois milhões de toneladas, ou cerca de 77% da produção no Brasil seja para seu consumo in natura, sendo o restante utilizado para o processamento de sua polpa, normalmente feito a partir de tomates rasteiros (SEADE, 2003). Os principais estados brasileiros, responsáveis por esta produção são Goiás, São Paulo e Minas Gerais. A taxa de produção em São Paulo tem característica semelhante a do mercado brasileiro como um todo. No estado, a maior parte da produção (68%) é destinada ao consumo in natura (CAMARGO FILHO, 2001). Em 2002, o tomate de mesa ocupava a décima terceira posição entre os produtos que compunham o ranking da produção agrícola paulista, em valor (VP). O total correspondia a R$ 325 milhões (1,56 porcento do total). Tomatina de Buñol Uma guerra de tomates costuma acontecer na Espanha, toda última quarta feira de agosto. Desde 1940, durante a festa, os moradores da cidade de Buñol atiram tomates uns sobre os outros, pintando uns aos outros e as fachadas das casas da cidade com o vermelho da polpa do tomate. Durante a festa, a população desta pequena vila mediterânea quadriplica e participam da Tomatina em torno de 38 000 pessoas, dentre moradores da cidade e turistas de todas as regiões do mundo. A origem do festival vem de uma bricadeira de crianças, quando algumas crianças usaram seus almoços para guerrar na praça da cidade.
Saiba mais sobre o tomate, inclusive deliciosas receitas:
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