|
São Paulo comemora Dia Internacional da Pizza
A pizza, símbolo da gastronomia paulistana, ganha neste mês não apenas
um dia de festa, mas uma semana inteira de comemorações. Por toda a
cidade, da segunda-feira (10) até domingo (16), 50 pizzarias associadas
à Apuesp (Associação de Pizzarias Unidas) e Abrasel (Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes) participam do evento. (© Folha Online) Paulistas comem 43 milhões de pizzas por mês Alessandro Soares
Fumegante, suculenta e crocante, com tomate e mozarela
(bases universais), azeite, orégano e manjericão, espessura de não mais do
que 5 mm e borda com no máximo 2 cm. Esta é a apresentação black tie da
pizza, a rainha redonda da culinária mundial que comemora na próxima
segunda-feira seu dia especial, dedicado a ela em São Paulo.
Embora a pizza tenha chegado ao Brasil com os imigrantes italianos no século XIX, foi em 1985 que a Secretaria de Estado de Turismo instituiu o 10 de julho como Dia da Pizza. Nem precisava, pois todo dia é dia dela, com mozarela ou quatro queijos, calabresa, frutos do mar, peperoni... Na Itália, berço da pizza como a conhecemos, a data festiva é outra. Em Nápoles, surgiu a primeira pizzaria, Port Alba, em 1830. Mas as pizzas em formato redondo eram feitas na cidade desde o século XVII. A fama levou o casal real Margherita de Savóia e Umberto I, que vivia em Nápoles ante da coroação, a encomendar o prato típico. O 11 de junho é o Dia da Alla Margherita, que se tornou a preferência nacional, ou melhor, nacionalista do país. Foi criada sob encomenda do casal para um jantar a base de pizzas. Margherita solicitou ao padeiro e pizzaiolo Raffaele Esposito o prato típico da cidade. Ele preparou três opções, com cobertura a escolha da rainha. Ela gostou da combinação tricolor, que sugeria as cores da bandeira italiana: o verde do manjericão, o vermelho do tomate e o branco da mozzarella italiana de búfala e do trigo. Esposito não foi exatamente o inventor do delivery, pois usou o forno do palácio real. Mas a receita foi o estopim para a iguaria correr o mundo. Com a imigração para a América, os italianos levaram as pizzas para o Novo Mundo. Estados Unidos e Brasil foram os que melhor aproveitaram. A história da pizza no Brasil está ligada intimamente com o processo de imigração italiana em São Paulo. Era mais comum ser encontrada nas colônias e entre imigrantes, que costumavam carregar pequenos tambores de cobre onde aqueciam nas ruas brotinhos preparados em casa. Cada bairro da cidade tem sua pizzaria e a entrega em domicílio engrossa os números de consumo mensal estimados pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares em São Paulo. Cerca de 43 milhões de pizzas saem dos fornos por mês, em quase 6 mil estabelecimentos, a maioria pizzarias, onde a pizza é consumida com chope ou vinho, este a melhor companhia. Lanchonetes e padarias também fazem as suas, onde o pedaço consumido no balcão acompanhado de chope também virou tradição. Pizza em padarias (muitas acrescentam “pizzaria” ao nome) é um reencontro ancestral, pois sua história se confunde com a do pão. O domínio do fogo, da cerâmica e da agricultura pelos ancestrais humanos pré-históricos foram a premissa de uma protoculinária. O cultivo de cereais possibilitou a fixação humana, até então nômade. Os grãos duros eram moídos, e essa farinha recebia água para virar uma massa. Assá-la foi o passo seguinte e a maior inovação gastronômica da pré-história, quando nasceu o antepassado do pão, e também da pizza. O azeite e a versatilidade de quase tudo na cobertura, como vegetais, embutidos, queijos, carnes, frutos do mar, ervas, é que dão sabor especial. Em 1982 foi fundada em Nápoles a Associazione Vera Pizza Napoletana (Associação da Verdadeira Pizza Napolitana), com estatuto que deu normas puristas à principal iguaria da cidade. Segundo a associação, a pizza deve ser feita com farinha, fermento natural ou leveduras de cerveja e água e feita à mão. Depois de descansar, a massa precisa ser esticada com as mãos, sem rolo, e assada em forno a lenha. Os ingredientes podem variar, desde que a associação os aprove. Alguns dos nomes “oficiais” da Verace Napoletana são Marinara (tomate, azeite de oliva, orégano e alho), Margherita (tomate, azeite de oliva, parmesão ralado e mozarela especial produzida nos montes Apeninos do sul), Romana (tomate, mozarela, anchovas, orégano, azeite) e Capriciosa (mozarela, tomates, cogumelos, presunto, azeitonas e azeite). Mas enquanto a Associação não estiver olhando, faça do seu jeito (mas siga a receita básica da massa nesta página). E bom apetite! Curiosidades Há 6 mil anos, faraós egípcios comemoravam seus aniversários comendo uma massa achatada assada, coberta com ervas aromáticas. Os gregos assavam em tijolos quentes uma mistura de farinha de trigo, arroz e grão-de-bico. Hebreus também misturavam farinha e água para assar. O “pão de Abraão”, como era chamado, chegou ao sul da Itália, ganhando em Nápoles o nome “picea”. O tomate, que veio da América, foi adicionado na metade do século XIX. A primeira pizza redonda foi feita em Nápoles, no século XVII. Até então, os italianos a comiam dobrada como um sanduíche. “Terminar em pizza” é expressão brasileira. Sugere celebração festiva ou comemoração de algum negócio. Ultimamente é usada para a negociação que livra de punição faltosos com a ética. O personagem de videogame Pacman foi inspirado em uma pizza com um pedaço faltando, uma sacada do designer de jogos japonês Tohru Iwatani, em 1980. © Diário Online) |
|