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A
CULINÁRIA ITALIANA
Chianti, o vinho
emblemático da Toscana
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Garrafas de
Chianti |
Ennio Federico
Chianti é o famosos vinho tinto da região da
Toscana, tradicionalmente associado com as garrafas revestidas de palha
chamadas fiaschi. Durante muitos anos, essa garrafa foi popular na
região por ser soprada à mão e protegida de quebras pela palha. Nos
últimos 15 anos, porém, o estilo e a qualidade do Chianti mudou
dramaticamente e o vinho associado com o fiasco deu lugar a outros mais
modernos, entre eles alguns “fora-da-lei” chamados Super Toscanos,
precursores dessa nova fase dos vinhos da região. Ao invés das garrafas
empalhadas, que nem na posição horizontal podem ficar, os atuais são
fornecidos em garrafas de cor marrom similares às usadas em Bordeaux,
chamadas bottiglie bordolesi. É claro que o preço também acompanhou essa
mudança, mas o notável ganho na qualidade se refletiu no aumento do
respeito internacional.
O vinho é um blend de diversas uvas, inclusive brancas, que lhe permite
ficar pronto mais cedo. No século XIX, o Barão Bettino Ricasoli
desenvolveu uma fórmula específica para as uvas e que mais tarde serviu
de modelo para todos os produtores de Chianti que vieram a seguir:
50-80% Sangiovese, 10-30% Canaiolo, 10-30% brancas Malvasia e Trabbiano
e 5% Colorino. Atualmente limita-se o emprego de uvas brancas, pois no
passado houve superprodução ocasional das mesmas e muitos dos vinhos
ficaram muito leves. Desde 1996, a nova denominação D.O.C.G. para o
Chianti Classico permite que se coloquem no lugar das brancas até 15% de
uvas não nativas, tais como Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Nero ou
monovarietais de Sangiovese. As brancas Malvasia e Trebbiano são agora
opcionais e foram limitadas a 6%.
A região do Chianti cobre uma área irregular entre a Florença e Siena,
definindo dois estilos diferentes de vinho. Seis áreas de plantio
produzem o Chianti Normale, algumas vezes com nomes específicos dos
lugares como Colli Senesi, Colli Fiorentini e Colli Arentini. A área
central do Chianti é a melhor de todas e fica numa região de colinas,
praticamente numa linha reta entre Florença e Siena. Esse é o distrito
Classico que inclui as cidades de Radda, Castellina, Gaiole e Greve.
Devido ao clima e solo superiores os melhores Chianti tradicionalmente
são dessa área e por isso mesmo mais caros. Desde 1924 muitos dos
produtores se uniram num Consorzio para o Chianti Classico, um modelo
original para organizações similares em toda a Itália. O selo do
Consórcio Chinati Classico pode ser reconhecido por um galo preto
rodeado de um fundo vermelho (regular) ou dourado (Riserva).
Um Chianti Classico tem sempre graduação alcoólica mínima de 12 graus,
portanto acima do Chianti comum e possui potencial de envelhecimento
também superior além de ser mais rico e encorpado. É liberado a partir
de 1º de Junho após a safra. O Classico Riserva deve ter no mínimo 12,5
graus de álcool e deve ser envelhecido por um mínimo de 27 meses,
incluindo 3 meses de refinamento na garrafa antes do lançamento. Bons
produtores selecionam parte das melhores uvas para os Riserva. A regra
diz que um Chianti Riserva precisa ser envelhecido por 2 anos em tonéis
de madeira, barricas ou tanques. Isto lhes dá maior concentração de
fruta, mais estrutura e riqueza. A área do Chianti é muito produtiva
como um todo, pois somente o distrito Classico tem cerca de 70 mil
hectares de vinhas e junto com a apelação Chianti, a produção é de
aproximadamente 90 milhões de litros de vinho por ano.
(©
Winexperts)
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