Gastronomia - O Canal de Culinária do ItaliaOggi

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  A CULINÁRIA ITALIANA

Massas, um sucesso de berço incerto

Variedades de massas

   É impossível dizer onde nasceram as massas. Afinal, o termo é vago e pode designar muitas misturas de farinha de cereais e água que foram usadas por vários povos há milênios. Já o termo macarrão é bem italiano, foi popularizado em Nápoles, viajou o mundo e é símbolo da cozinha daquele país.

   É também difícil traçar as origens da massa seca italiana. São muitas as teorias e uma das mais improváveis é a de que elas teriam sido levadas da China para a Itália por Marco Polo. Mais provável é que os árabes, que estiveram na Sicília na Idade Média, tenham contribuído para a sua difusão.

   Marco Polo não se referiu especificamente às massas em seu 'Livro das Maravilhas', mas é certo que os chineses conheciam as massas há tempo - há referências a elas no primeiro século depois de Cristo. Os chineses, coreanos, japoneses fazem massas de trigo, de sorgo, de arroz, de feijão e de outros cereais. Os coreanos costumam dizer que foram os inventores das massas alimentares e que eles as introduziram no Japão, onde o soba é um dos principais pratos.

   É provável que Marco Polo tenha provado muitas massas na China, mas não deve ter achado nada excepcional, muito provavelmente porque já as conhecia na Itália. Quando Marco Polo voltou da China, em 1295, já existiam massas na Itália e também o termo 'maccherone', que aparece no inventário de Ponzio Bastone, de 1279, em Gênova. A lasanha é a massa mais antiga na Itália, citada no século XIII numa pequena poesia de Jacopone di Todi. Uma massa retangular, feita com farinha, água e ovo e que, quando cortada em tiras, dava o tagliatelli. Hoje, são centenas as formas de massas.

   A rigor, não existe uma cozinha italiana, mas sim a reunião de centenas de cozinhas regionais. Mas hoje em dia há um traço de união, a massa, o 'maccherone'. O termo poderia ter derivado de um personagem da Comedia dell'Arte, 'Mascherone', ou de uma reclamação de um nobre, que achou cara uma massa que havia encomendado: "Si buoni, ma carone" ( boa, mas cara).

   Existem dois significados distintos em italiano. No Sul da Itália, justamente a zona que mais consome, ele designa toda massa seca feita sem ovo. Já no resto da Itália indica uma massa particular, tubular, com um furo, provavelmente o que conhecemos aqui como fusilli.

   Também deve ter contribuido para a popularidade da massa, o fato dela ser fácil de fazer basicamente com farinha e água, dispensando os fermentos e preparações complicadas. As massas secas também são fáceis de fazer, basta um cozimento rápido na água e rendem bastante, pois crescem no fogo. Além disso, é difícil imaginar um ingrediente mais versátil, pois combina com quase tudo que se come. Basta um pouco de tomate e manjericão ou de azeite de oliva e alho e já temos dois clássicos. (SAUL GALVÃO)

(© Jornal da Tarde)

Pasta, pasta, pasta: italianos à mesa

Dados mostram que 82% consomem massa cinco dias por semana

   ROMA - O instituto de pesquisas de mercado Cirm divulgou ontem: 82% dos italianos comem massa cinco dias por semana e seis de cada dez a consomem como prato principal. A publicação do resultado coincide com o Dia Mundial do Macarrão, produto tão ligado à imagem da Itália.

   Além da pesquisa, um estudo paralelo sobre a evolução dos gostos nos últimos 50 anos também confirma que a massa é a rainha da mesa italiana.

   Os pesquisadores da Cirm constataram que metade da população italiana, cerca de 59,2%, come massa todo dia, em especial no centro e no sul do país.

   Enquanto 63% dos entrevistados acham que a massa pode ser considerada um primeiro prato, 35,6% a vêem, em contrapartida, como um prato único e substancioso, por causa das infinitas combinações com carne, peixe, verduras e até frutas.

   Por fim, a pesquisa confirma que 63,7% dos italianos têm o hábito de consumir massa como prato único, mais no almoço (48,1%) do que no jantar (15,6%).

   Preferências - Já o estudo sobre as especialidades mais representativas do último meio século aponta que o macarrão ao sugo encabeça a lista na década de 50, com 40,1% das preferências, seguido pelo espaguete à carbonara (com bacon, ovo batido e queijo), com 11,3%.

   Nos anos 60, o prato de massa mais reconhecido era o rigatone à matriciana (espaguete grosso com um furo no meio, bacon e tomate temperado com várias ervas, especiarias e pimenta malagueta).

   O prêmio, nos anos 70, vai para os penne all'arrabiata (com molho de tomate picante) e na década de 80 para o popular espaguete ao alho e óleo e peperoncino (um tipo de pimenta), seguido pelos farfalle (macarrão em forma de laço) com salmão.

   O prato mais destacado dos 90 tem sotaque genovês: trenette al pesto con gamberi (talharins grandes com camarões e pesto, um molho à base de alcaparras, nozes, alho e azeite), seguido da salada de macarrão, da massa com lentilhas ou grão-de-bico e frutos do mar.

   No milênio recém-começado, as tendências são em direção a especialidades como os tortiglioni (massa pequena redonda) com atum, vinagre balsâmico de Módena e verduras ou os vermicelli (massa pequena retorcida) com verduras crocantes e crustáceos. (EFE)

(© O Estado de S. Paulo)

 

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